Devolvendo parte dos ganhos acumulados no pregão de ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a jornada desta sexta-feira em forte queda de 3,20% aos 55.778 pontos. Com este fraco desempenho, o índice acumula baixa semanal de 1,33%. O giro financeiro foi de R$ 5,317 bilhões.

Esse movimento, segundo relatório elaborado pelo Departamento Econômico do Bradesco reflete a piora na conjuntura econômica global, potencializada pela elevação do temor dos mercados com um possível default da dívida soberana grega.

Tal fator, apontou o documento, contaminou o mercado doméstico, levando a bolsa brasileira a retomar o patamar negativo após duas sessões em alta.

Em Wall Street, o índice industrial Dow Jones caiu 2,69% aos 10.992 pontos. O S&P 500 recuou 2,67% para 1.154 pontos; e a bolsa eletrônica Nasdaq perdeu 2,42% aos 2.467 pontos.

Na agenda norte-americana, os estoques do atacado (Wholesale Inventories) subiram 0,8% em julho ante junho, para US$ 462,4 bilhões, segundo dados do Departamento do Comércio norte-americano.

O resultado ficou dentro do esperado pelo mercado que era de expansão de 0,8% (previsão Forex Factory).

Na noite de ontem, o presidente Barack Obama apresentou um plano de emprego no valor de US$ 447 bilhões em discurso perante ambas Câmaras do Congresso, onde também anunciou que no próximo dia 19 lançará uma proposta "mais ambiciosa" para o corte do déficit e da dívida pública.

A medida apresentará cortes de impostos para empresas que contratem novos trabalhadores e recortará impostos sobre o salário dos trabalhadores e pequenas empresas.

Para custear o programa, o presidente propõe que a "supercomissão" criada por causa do acordo sobre o teto da dívida, que deve identificar antes de dezembro cortes no gasto público no valor de US$ 1,5 trilhão na próxima década, agregue a esse total o custo do programa.

Além disso, Obama apresentará no próximo dia 19 um novo plano "mais ambicioso" de corte do déficit fiscal, "um plano que não só cobrirá o custo deste projeto de lei, mas estabilizará nossa dívida em longo prazo".

No Velho Continente, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na Alemanha ficou em 2,4% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e segue um aumento de 2,4% em julho.

No confronto com o mês anterior, o indicador ficou estável, abaixo das projeções de queda de 0,1%.

O Produto Interno Bruto (PIB) italiano cresceu 0,8% no segundo trimestre do ano com relação ao mesmo período de 2010, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística da Itália (Istat).

Na comparação com os dados do primeiro trimestre de 2011, o PIB italiano cresceu 0,3%.

Ontem, a economia da Grécia sofreu contração de 7,3% no segundo trimestre do ano, acima dos 6,9% estimados pelo Governo, devido ao impacto das duras medidas de austeridade e economia aplicadas para reduzir o déficit.

Dados publicados pela Autoridade Nacional de Estatísticas da Grécia, a economia continuou caindo entre abril e junho, devido à "redução em 17,9% dos investimentos líquidos".

O organismo de estatística informou que a taxa de desemprego em junho ficou em 16%, levemente inferior a 16,2% do mês anterior.

Entre as maiores altas do Ibovespa ficou apenas Usiminas ON (+1,90% a R$ 24,10).

Na contramão terminaram OGX ON (-7,15% a R$ 10,91); MRV ON (-7% a R$ 12,89); Gafisa ON (-6,87% a R$ 7,32); Rossi ON (-6,78% a R$ 11,68); e PDG ON (-6,75% a R$ 7,74).

Dentre as ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 5 de setembro a 29 de dezembro) Petrobras PN (PETR4) perdia 2,47% a R$ 20,15; Vale PNA (Vale5) segue em queda de 1,16% a R$ 40,93; OGX ON (OGXP3) tinha baixa de 7,15% a R$ 10,91; ItauUnibanco (ITUB4) perdia 2,93% a R$ 28,80 e BM&FBovespa ON (BVMF3) caía 4,76% a R$ 9,21.

Fonte: Último Instante