Europa volta a preocupar e Ibovespa futuro tem queda

Queda nas bolsas europeias volta a arrastar os mercados mundiais, e o Ibovespa Futuro aponta baixa, seguindo os futuros de Wall Street.

O mercado de ações aponta para uma abertura em baixa nesta segunda-feira (19/9), com receios sobre a crise da dívida na Zona do Euro. O Ibovespa futuro tem desvalorização de 1,72%, a 56.575 pontos.

Na sexta-feira (16/9), a bolsa teve alta de 1,47%, a 57.210 pontos, e acumulou valorização de 2,57% na semana.

Nas bolsas europeias, a semana inicia com fortes perdas, mais uma vez influenciadas pelo setor financeiro. Decepcionadas pela ausência de avanços na última reunião dos ministros das Finanças da Zona do Euro, que ocorreu no final da semana passada, os principais índices registram queda.

Em Londres, o FTSE-100 recua 1,7%, a 5.276 pontos; em Paris, o CAC-40 perde 2,6%, a 2.952 pontos; e em Frankfurt, o DAX tem queda de 2,6%, a 5.429 pontos. Figuram com destaque de baixa as ações dos bancos Société Générale (-5,1%) e o Deutsche Bank (-2,2%).

"A despeito da melhora observada na semana passada, os fundamentos que têm provocado a onda recente de pessimismo e perdas nos mercados globais persistem", afirma em relatório Miriam Tavares, diretora da AGK corretora.

Nesta manhã, o ministro das Finanças da Grécia realiza teleconferênciacom representantes da União Europeia (EU) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Eles discutem a aceleração das medidas de ajuste fiscal no país.

A reunião telefônica eleva os receios do mercado, e o risco-país da Grécia dispara. Os Credit-Default Swaps (CDS) da dívida soberana do país, espécie de seguro usado por investidores contra calotes, têm alta de 17,4% nesta manhã, a 6.252,39 pontos. De acordo com a consultoria britânica CMA, esse valor corresponde a um risco de calote de 94,6%.

Nos Estados Unidos, os principais índices futuros apontam para uma abertura em baixa, influenciados pelo mau humor da Europa. O futuro do S&P 500 recua 1,49%, a 1.194 pontos. Na sexta-feira, o índice teve alta de 0,57%.

Por lá, serão divulgados dados do mercado imobiliário referente a agosto. Os investidores acompanham o índice do mercado imobiliário divulgado pela Associação Nacional de Construtoras dos Estados Unidos (NAHB, na sigla em inglês).

Nesta segunda-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, deve divulgar detalhes do plano para cortar a dívida pública em US$ 3 trilhões ao longo da próxima década.

Adicionalmente, nesta semana, é aguardada a reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que ocorre nos dias 20 e 21. A expectativa é de que a autoridade monetária sinalize novas ações, como um novo programa de compra de títulos públicos.

Por aqui, foi divulgado o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que registrou aceleração ao passar de 0,33% para 0,52% na segunda leitura de setembro.

Além disso, o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou que as instituições financeiras elevaram a projeção para a inflação e reduziram as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) na última semana.

Os agentes consultados esperam uma inflação de 6,46% no final deste ano, e um crescimento de 3,52% no PIB.

Empresas

A empresa de alimentos Marfrig vendeu ativos de logística para a Martin-Brower, por US$ 400 milhões. O ativo vendido foi uma distribuidora para redes de fast food, que anteriormente pertencia a sua subsidiária Keystone Foods.

E a Anhanguera Educacional Participações anunciou no domingo (18/9) a compra da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban) pelo valor de R$ 510 milhões, a maior transação já identificada no setor de educação do Brasil.


Fonte: Brasil Econômico