Em dia volátil, Ibovespa devolve ganhos da abertura e segue em baixa

Após abertura em alta, a Bolsa de Valores retomou o patamar negativo e segue operando em queda de 0,18% aos 55.586 pontos, emendando até aqui o terceiro dia de perdas. O giro financeiro era de R$ 784.061 milhões. 

O otimismo do início das negociações, segundo o analista da Futura Investimentos, George Santos, foi resquício ainda das especulações lançadas ontem pelo jornal inglês Financial Times de que a China compraria títulos da dívida italiana e também investiria em empresas estratégicas do país. 

Contudo, segundo ele, após a euforia inicial, o mercado entendeu que a notícia "não era suficiente" para conter a grave crise fiscal que atinge a Itália. "A incerteza que paira sobre a situação da crise na Europa está pesando, e também a preocupação com a Grécia está puxando o índice para baixo", explica. 

Outro motivo de preocupação apontado pelo analista é o fraco desempenho da economia norte-americana, que vem sofrendo com o alto índice de desemprego e baixo consumo das famílias. 

No entanto, Santos ressalta que o dia deve ser pautado pela volatilidade, com a bolsa brasileira oscilando entre altas e baixas durante todo o pregão. "Hoje a bolsa deve repetir o comportamento de ontem, ficar em queda durante boa parte do dia e à tarde, perto do fechamento, ir diminuindo as perdas", encerra. 

Na agenda norte-americana, O índice de preços dos importados recuou 0,4% em agosto se comparado com julho, quando aumento de 0,3%, informou hoje o Departamento do Trabalho norte-americano.

Segundo o governo, os preços dos importados não combustíveis subiram 0,2% em agosto, porém, a cotação dos combustíveis importados recuaram 1,8%. Por outro lado, indicador de preço dos bens exportados subiu 0,5% em agosto frente julho. 

O Índice de Otimismo dos pequenos negócios caiu pelo sexto mês consecutivo para 88,1 em agosto, de acordo com a Federação Nacional das Empresas Independentes nos Estados Unidos (NFIB, na sigla em inglês).

No mês anterior, o indicador ficou em 89,8 contra 90,8 de junho. O recuo registrado veio abaixo do esperado pelo mercado, de 88,2 (previsão Gradual Investimentos).

Ainda está prevista a divulgação do índice de otimismo econômico e do resultado de agosto do Tesouro. 

No Velho Continente, o índice de preços ao consumidor do Reino Unido (CPI, na sigla em inglês) subiu 4,5% em agosto, em relação ao mesmo período de 2010, de acordo com dados do Escritório para Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês).

Na comparação mensal, o indicador subiu 0,6%. Em julho, a inflação ao consumidor registrou estabilidade na comparação mensal e subiu 4,4% na base anual.

A balança comercial no Reino Unido registrou déficit de 4,5 bilhões de libras esterlinas em julho, permanecendo estável em relação a junho, segundo informações divulgadas pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês).

As exportações subiram em 2%, assim como as importações, que cresceram 3,8% em relação a junho.

Considerando apenas a balança comercial de bens, o déficit se mantevem em 8,9 bilhões de libras em julho.

Ontem, o jornal inglês "Financial Times" informou que o governo italiano estaria negociando com autoridades chinesas para que o país asiático compre bônus de sua dívida e invista em empresas estratégicas estrangeiras.

De acordo com a publicação, fontes italianas não identificadas afirmaram que o ministro das Finanças, Giulio Tremonti, recebeu na semana passada uma delegação liderada pelo presidente da China Investment Corporation, Lou Jiwei.

A mesma fonte afirmou que a China possui atualmente cerca de 4% da dívida da Itália.

Dentre as ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 5 de setembro a 29 de dezembro) Petrobras PN (PETR4) perdia 0,10% a R$ 20,32; Vale PNA (Vale5) segue em alta de 0,39% a R$ 41,44; OGX ON (OGXP3) tinha alta de 0,74% a R$ 10,95; ItauUnibanco (ITUB4) perdia 1,03% a R$ 28,00 e BM&FBovespa ON (BVMF3) caía 0,56% a R$ 8,95.


Fonte: Último Instante