Depois de 10 dias de alta, dólar opera em forte queda de 1,34%

Depois de 10 dias de alta - que resultaram em uma apreciação de 8,5% -, o dólar comercial inicia os trabalhos desta quinta-feira (15) em queda, cotado a R$1,699 na venda, desvalorização de 1,34%. A divisa reflete as notícias do mercado externo, que vieram mais positivas, contribuindo para que o movimento de alta, observado nos últimos dias, perdesse a força.

Há pouco, o Conselho de Governadores do BCE (Banco Central Europeu) decidiu, em coordenação com o Federal Reserve, o BoE (Banco da Inglaterra), o BoJ (Banco do Japão) e o Banco Nacional da Suíça, realizar três leilões de venda de dólar, com vencimento de três meses até o final do ano, com o objetivo de aumentar a liquidez da divisa-norte americana no mercado, especialmente o Europeu.

Na véspera, a chanceler Angela Merkel e o presidente Nicolas Sarkozy reiteraram em conversa com o primeiro-ministro grego George Papandreou a sua confiança de que aquele país permanecerá no grupo da Zona do Euro. Por sua vez, Papanderou reforçou o compromisso em atender às exigências realizadas pelas instituições internacionais para que receba o pacote de ajuda financeira avaliado em € 109 bilhões.

Ainda nesta toada mais amena, o mercado também reflete o discurso do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que afirmou que a instituição irá apresentar nas próximas semanas opções para a introdução de eurobônus. “Ou seja, mais um passo rumo à união fiscal vista como necessária para resolver a crise no bloco”, afirma a diretora da câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares.

Bons sinais de China e EUA
Do outro lado do planeta, mais boas notícias. O vice-diretor da comissão de desenvolvimento nacional da China teria afirmado, segundo reportagem local, que o país pretende comprar papéis dos países europeus afetados pela crise.

Na Casa Branca, as atenções se voltam para o discurso desta manhã do presidente do Fed, Ben Bernanke, em uma conferência em Washington. A fala ajudará a construir a expectativa para a reunião do Fomc nos próximos dias 20 e 21 de setembro, que pode ser decisiva para os mercados globais.

Mas nem tudo são flores
Por outro lado, o cenário poderia ser mais tranquilo não fosse outro anúncio feito da Comissão Europeia nesta sessão. A entidade comunicou corte nas previsões de crescimento econômico da Zona do Euro para o segundo semestre do ano. Segundo o comunicado da instituição, a região do euro mostrará expansão de 0,2% no terceiro trimestre e 0,1% no quarto trimestre, números menores que as expectativas de aumento de 0,4% para ambos os períodos.

Indicadores ruins não desanimam
Nos Estados Unidos, foi divulgado o CPI (Consumer Price Index), índice de preços ao consumidor, que registrou inflação de 0,4% em agosto, contra alta de 0,2% projetados pelo mercado. Por sua vez, o Core CPI, que exclui os custos relativos à alimentação e energia, apontou avanço de 0,2%, em linha com as projeções do mercado.

Também foram informados os dados da conta corrente norte-americana, o Current Account, que no primeiro trimestre marcou um déficit menor do que o esperado no segundo trimestre. Já o Initial Claims mostrou que o número de pedidos de auxílio-desemprego foi maior que o previsto na última semana. Por fim, a atividade industrial na região de Nova York em setembro chegou a 8,8 pontos negativos, bem abaixo do esperado.

Na cena interna, os investidores acompanharam o IGP-10 (Índice Geral de Preços - 10), que avançou forte em setembro, registrando taxa de inflação da ordem de 0,63%.


Fonte: InfoMoney