Dados de emprego afastam risco de recessão nos EUA

Para especialistas, o Federal Reserve está sendo "muito flexível" em manter a taxa básica de juros próxima de zero, com promessas de sustentar tal patamar até meados de 2013.

Dada a nova fotografia da economia dos Estados Unidos, essa é a avaliação da Consultoria First Trust.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos foi revisado para cima, a 1,3%, no segundo trimestre deste ano. Trata-se de um ritmo ligeiramente superior ao previsto pelo mercado (1,2%).

Já o deflator do PIB teve variação positiva de 2,5% no segundo trimestre, contra 2,4% na medição anterior.

Segundo a consultoria americana, as revisões para cima significam que o PIB nominal (crescimento sem descontar a inflação) subiu para 4% no segundo trimestre deste ano, o que leva a considerar que Fed está sendo "muito flexível" em segurar o juro perto de zero e prometer manter tal patamar até meados de 2013.

"Quanto ao PIB, não há muita notícia no relatório de hoje, mas a composição do crescimento foi levemente mais favorável para o futuro, com revisões positivas para os gastos dos consumidores e construção comercial, enquanto os estoques foram revisados para baixo, deixando espaço para produção futura", apontou a equipe da First Trust.

A contribuição mais negativa partiu do componente renda pessoal, que foi revisado para baixo em 0,4 ponto percentual, ficando em 0,6% no segundo trimestre, conforme constatação do Bank of America Merrill Lynch.

"O fraco crescimento da renda vai restringir a atividade econômica no restante do ano", ponderaram Gary Bigg e Ethan S. Harris, economistas da instituição financeira.

Boas novas
Deixando o desempenho econômico de lado, a grande notícia do dia foi a queda em 37 mil dos pedidos de auxílio-desemprego na última semana, para 391 mil solicitações, na avaliação da First Trust.

O resultado caracteriza o menor nível em quase seis meses.

Embora o Departamento do Trabalho tenha afirmado que problemas técnicos no ajuste sazonal do indicador possam ter causado esse recuo acentuado, os pedidos não ajustados ficaram em 325 mil, 13% inferior ao observado no ano anterior.

Sendo assim, os dados de emprego reportados hoje "dão sinais claros de que os Estados Unidos não estão em recessão".

Fonte: Brasil Econômico