Resumo comentado das notícias desta semana

Reunião em Jackson Hole - O acontecimento esperado com mais ansiedade pelos mercados financeiros terminou como tínhamos dito aqui: em nada. No pronunciamento que fez na reunião do seminário em Jackson Hole, o presidente do FED, Ben Bernanke, admitiu que não divulgará novos estímulos monetários. O mercado começou reagindo muito mais, depois se estabilizou.


Líbia: O ditador ainda não foi encontrado, mas uma nova era pós-Kadafi começa a ser construída. Nesta semana, os rebeldes tomaram a fortaleza do ditador, e o Conselho de Segurança da ONU aprovou a liberação de US$ 1,5 bi para governo de rebeldes.

O Brasil, que se absteve na votação que aprovou a zona de exclusão aérea, ainda não reconheceu o novo governo. O nosso embaixador no Cairo, Celso Melantonio, em contato com o Conselho Nacional de Transição recebeu o compromisso de que os negócios com o Brasil serão mantidos: empresas brasileiras têm 5 bilhões de dólares de negócios lá.

S&P melhora perspectiva da nota do Brasil: Pode ser o primeiro passo para a elevação do rating da dívida do país. É a mesma agência que tirou a nota AAA dos EUA no começo de agosto. Nós ainda estamos no nível mais baixo do grau de investimento.
Já a Moody´s rebaixou esta semana a nota do Japão em um grau por causa do alto endividamento.

Pressão para queda dos juros - O jornal "O Globo" publicou hoje que o Planalto e gente de fora do governo começam a pressionar para que os juros sejam reduzidos na próxima reunião do Copom.
O BC pode baixar a taxa, mas não por pressão política. Se o BC não tiver autonomia para decidir, aumenta a incerteza e a inflação sobe mais ainda.

Desemprego é o mais baixo em 9 anos - O IBGE divulgou esta semana uma boa notícia: a taxa de desemprego caiu de 6,2% em junho para 6% em julho, nível mais baixo para o mês desde 2002. Em julho de 2010, a desocupação estava em 6,9%, ou seja, de lá para cá, caiu quase um ponto percentual, sendo que em 2010 o país estava crescendo forte. Agora, cresce menos, mas emprega mais.

Também caiu a desocupação entre os jovens de 18 a 24 anos - de 14,4% para 13,9%, mas ainda está acima da taxa de maio (13,5%). Ficou estável o desemprego entre as mulheres (7,6%).

Crédito ainda cresce forte - Os números do BC indicam que apesar de o ritmo de crescimento ter desacelerado um pouco, o crédito ainda cresce forte - em 12 meses, até junho, avança 19,8%.

Ainda segundo a pesquisa, a taxa do cheque especial atingiu o nível mais alto em 12 anos. A inadimplência de pessoa física voltou a subir.

Contas externas - Os gastos de turistas brasileiros no exterior não param de crescer: em julho, alcançaram o maior volume da série histórica do BC, que teve início em 1947, ultrapassando pela primeira vez os US$ 2 bilhões.
Também bateram recorde os investimentos estrangeiros diretos (IED) - quase US$ 6 bilhões, melhor resultado para o mês em 64 anos. Esse volume foi mais do que suficiente para cobrir o o déficit de US$ 3,497 bilhões verificado na conta de transações correntes.

Superávit primário - O Governo Central registrou um superávit primário de R$ 11,184 bilhões em julho, recorde para o mês e maior do que o resultado do mês anterior (R$ 10,6 bilhões), por conta do aumento da arrecadação e da desaceleração dos investimentos. O saldo acumulado no ano equivale a 2,91% do PIB. Mas os gastos do governo cresceram 11%.
Recessão global - Ex-presidente do BC, Arminio Fraga disse que há riscos de uma recessão global. Na verdade, esse é o grande temor da economia mundial.

Warren Buffett compra ações do Bank of America - O megainvestidor comprou US$ 5 bilhões em ações do banco que, nas últimas semanas, foi alvo de rumores sobre sua saúde financeira.

França taxa os mais ricos - O pacote de austeridade da França, anunciado esta semana, é bem menos ambicioso que o da Itália e Espanha, mas teve mais repercussão, porque taxou em 3% os ricos que ganham acima de 500 mil euros por ano. O país quer economizar 11 bi de euros.

PIB dos EUA cresce menos - Foi revisado para baixo - de 1,3% para 1% - o crescimento da economia americana no 2º trimestre. A boa notícia é que o dado do consumo das famílias veio melhor (de uma alta de 0,1% passou para 0,4%), mas as exportações de bens cresceram num ritmo bem menor: 2,7%, e não 6,81%.

Steve Jobs deixa a Apple - Ele não é apenas um grande executivo, é um mito. Estamos cercados de produtos inventados pela Apple. A empresa mais valiosa do mundo terá agora de provar que continuará criativa, lucrativa e inovadora sem Steve Jobs.

Fonte: Miriam Leitão