Fraco crescimento da economia global intensificará guerra cambial, diz Mantega

SÃO PAULO - O cenário econômico de países desenvolvidos como os Estados Unidos e a Europa pode pressionar a economia mundial e intensificar a guerra cambial e a busca por novos mercados, segundo ministro da Fazenda, Guido Mantega, citado pela Agência Brasil.

“A economia norte-americana não tem a recuperação que esperávamos após a crise de 2008, caminhando em passo lento, o que poderá desembocar numa recessão; do lado europeu, eu diria que a coisa está ainda pior por conta do ritmo baixo de crescimento e da crise aguda da dívida”, afirmou Mantega durante evento em São Paulo, na segunda-feira (22) à noite.

Para ele, a previsão é que os países desenvolvidos, nos próximos dois anos, continuem apresentando ritmo lento de crescimento. “Os emergentes estão melhores, principalmente os dinâmicos, mas não estão isentos dessa crise”.

Mantega afirmou que, por ora, o Governo não vai rever a projeção de crescimento para este ano. Ele diz estar aguardando uma reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), no mês que vem, quando a entidade pode reduzir a expectativa de mundial de 2011, atualmente de 4,4%.

“Neste cenário de baixo crescimento, temos falta de mercado para manufaturados. Portanto, os países estão entrando numa disputa feroz pelos poucos mercados que existem. E o nosso é um dos poucos disponíveis. Estamos partindo para uma concorrência predatória”, disse. Segundo ele, a guerra cambial tende a "recrudescer" neste período e continuar crescendo porque as soluções não estão sendo dadas.

Brasil pode responder bem à crise
Apesar do contexto nebuloso, Mantega afirmou que o Brasil tem “muita bala na agulha" para responder a uma eventual crise que necessite de estímulos monetários e fiscais.

Mantega acrescentou que o governo está contendo seus gastos de custeio para abrir espaço para manter investimentos e possibilitar desonerações tributárias. O ministro lembrou que a consolidação fiscal não visa "derrubar a economia”, mas sim permitir um crescimento mais sólido e de longo prazo.
 
Fonte: InfoMoney