Chanceleres da Unasul fecham acordo sobre medidas de combate à crise econômica mundial
Os chanceleres dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) chegaram a um acordo ontem sobre três mecanismos para fazer frente aos efeitos da crise internacional: a criação de um fundo regional de reservas; a implementação do Banco do Sul para financiar obras de infraestrutura e desenvolvimento na região; e o aumento de intercâmbio comercial em moeda local.
A crise internacional tem sido tema de reuniões da Unasul desde reunião de presidentes, em Lima, no ultimo dia 28 de julho. Um dos resultados foi a criação, duas semanas depois, do Conselho Sul-Americano de Economia e Finanças, a fim de fomentar a troca de ideias entre ministros da Economia e presidentes dos Bancos Centrais da entidade. O conselho, por sua vez, criou três grupos de trabalho, que terão um prazo de 60 dias para entregar os resultados.
Uma das tarefas é promover o intercâmbio comercial na região (que hoje alcança US$ 120 bilhões) e diminuir o numero de transações feitas em dólares.
“Chegamos a um acordo, que foi aprovado hoje (quarta-feira) pelos chanceleres, de avançar num sistema multilateral de pagamentos, que use as moedas locais”, disse o vice-ministro da Economia da Argentina, Roberto Foletti. Ele citou como exemplo um acordo que permite o intercâmbio comercial de certos produtos entre o Brasil e a Argentina, sem recorrer ao dólar.
Outros dois mecanismos em estudo são: um fundo de reservas regional, que os países possam usar quando tiverem problemas de balança de pagamentos, e um banco regional, para financiar o desenvolvimento na América do Sul.
“Precisamos ter um banco de desenvolvimento regional próprio e, por isso, queremos criar o Banco do Sul, e fortalecer a Corporação Andina de Fomento (CAF), que desempenhou um papel importante na região durante a crise de 2009”, disse Foletti.
Por enquanto, a crise internacional não atingiu os países da Unasul porque, segundo Foletti, os Bancos Centrais contam com suficientes reservas (US$ 550 bilhões). Mas ele acha fundamental conservar o mercado regional porque existe o perigo de uma “retração da demanda global”.
Hoje, os chanceleres do Foro de Cooperação América Latina – Ásia do Leste (Focalae) se reunirão em Buenos Aires. Um dos temas é o comércio entre os 18 países latino-americanos e 15 da Ásia do Leste – duas regiões em crescimento, apesar da crise que atinge os Estados Unidos e os países da União Europeia.
Fonte: Último Instante