Juros futuros operam com pouca oscilação na BM&F, após ata do Copom

As principais taxas de contratos futuros operam com pouca oscilação no início dos negócios nesta quinta-feira (28) na BM&F, em leve tendência de queda, com o mercado analisando a ata do Copom (comitê de Política Monetária), divulgada nesta manhã.
A esperada ata do Copom revelada pelo Banco Central justifica as medidas tomadas sinalizando que o processo de aperto monetário, ou seja, de elevação de juros, possa entrar em um processo de pausa.
O Comitê entende que riscos baixos para a inflação subjacente no curto prazo tendem a reduzir as incertezas em relação ao comportamento futuro da inflação plena, facilitando a avaliação de cenários por parte da autoridade monetária.
Ata sinaliza freio nos juros e foco na inflação
Os consultores da Rosenberg avaliam que, tendo como pano de fundo um cenário internacional ainda envolto em incertezas, porém com a manutenção de elevados níveis de liquidez, “seriam necessários mais dois aumentos da Selic para trazer alguma tranquilidade”.
Segundo os consultores, diante do cenário em que as projeções de inflação do próprio Banco Central aumentaram para este ano e que a convergência para a meta só ocorre no primeiro semestre de 2013, deixa pouco espaço para a absorção de eventuais choques.
No entanto, consultores da LCA destacam que apesar da ata sinalizar que o cenário prospectivo para a inflação mostra sinais mais favoráveis, não deixa claro que a autoridade monetária deu por encerrado o ciclo em curso de elevação da taxa básica Selic.
Sendo assim, neste cenário, a LCA “prevê mais dois aumentos da Selic, que leve a taxa básica de juros até 13% ao ano em outubro. As chances de que o ciclo seja interrompido antes desse horizonte aumentaram, mas ainda não preponderam”. 
IGP-M registra deflação
Na agenda de indicadores do dia, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) do mês de julho apresentou variação de -0,12%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela FGV (Fundação Getúlio Vagas). A variação do IGP-M em 12 meses é de 8,36% e o acumulado do ano é de 3,03%.
Entre as maiores influências positivas do índice está o de IPA (Preços ao Produtor Amplo) que apresentou taxa de variação de -0,22%, frente ao mês anterior, quando a taxa foi de -0,45%.
Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, apesar de o índice apontar deflação menor que o esperado, o resultado é bastante benigno, por serem resultados “historicamente baixos para o período”.

Contrato de janeiro de 2012 indica taxa de 12,47%
O contrato de juros de maior liquidez hoje, com vencimento em janeiro de 2012, aponta uma taxa de 12,47%, estável em relação ao fechamento de quarta-feira. O número de contratos negociados chega a 126.395.

Outros contratos com bom volume negociado são o com vencimento em janeiro de 2013, que registra taxa de 12,66% e o de janeiro de 2014, com taxa de 12,73%. No fechamento de quarta-feira, as taxas apontadas por estes contratos eram 12,68% e 12,74%, respectivamente.



A seguir confira as taxas dos principais contratos de juros futuros na BM&F: 


 Vencimento  Taxa atual  Taxa Anterior  Diferença  Contr Neg 
 Outubro de 201112,4312,430,00  10 
 Novembro de 201112,4412,45-0,01
 Janeiro de 201212,4712,470,00126.395
 Abril de 201212,5112,52-0,011.025 
 Julho de 201212,5712,570,00  5.295 
 Outubro de 201212,6412,66-0,02
 Janeiro de 201312,6612,68-0,0236.900
 Julho de 201312,7312,730,00125
 Janeiro de 201412,7312,74  -0,0111.485
Fonte: InfoMoney