Dólar comercial opera em queda, com mercado de olho no cenário econômico

SÃO PAULO - O dólar comercial cai nesta terça-feira (7), cotado a R$ 1,5770 na venda, queda de 0,38% na comparação com o fechamento anterior. Os investidores seguem atentos ao cenário econômico no exterior, mas também avaliam o resultado de maio do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado mais cedo pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Com a variação desta terça-feira, a moeda norte-americana registra queda de 0,19% neste mês de junho e uma desvalorização de 5,35% desde o início do ano.

Analistas acreditam em queda do dólar
Segundo a equipe de consultores da LCA, a tendência para o mercado de câmbio nesta sessão é de apreciação do real, por conta da “melhora marginal do cenário externo e queda da percepção de risco”.

Na mesma linha, o economista Julio Hegedus, do InterBolsa Brasil, aponta tendência de queda para o dólar nesta sessão, por conta de um maior ingresso da moeda norte-americana no país.

Cenário externo
No cenário externo, a moeda norte-americana apresenta alta na comparação com outras moedas. Há poucos instantes, o euro era cotado a US$ 1,4661, alta de 0,58%, e a libra era cotada a US$ 1,6443, alta de 0,54%. Já na comparação com o iene, o dólar ganha terreno, cotado a ¥ 80,15, alta de 0,09%.

Os investidores aguardam nesta terça-feira o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, sobre a política monetária nos EUA. Nesse sentido, vale lembrar que este mês de junho marca o fim do segundo pacote de alívio quantitativo para a maior economia do mundo - denominado QE2 (Quantitative Easing 2).

Outro fator que segue chamando a atenção no cenário internacional é a crise fiscal na Zona do Euro, principalmente na Grécia. Nesta manhã, o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, afirmou que considera razoável um pacote de medidas de auxílio aos gregos que envolva um aumento no prazo dos títulos da Grécia detidos por investidores privados.

Inflação no Brasil
Na cena doméstica, o destaque fica por conta dos indicadores de inflação divulgados mais cedo. O IPCA, índice utilizado como medida oficial de inflação para o sistema de metas, registrou taxa de 0,47% em maio, resultado 0,30 ponto percentual menor que o auferido em abril e em linha com as expectativas do mercado.

A despeito dessa redução, a pressão inflacionária na economia brasileira segue elevada, e o acumulado dos últimos 12 meses atingiu 6,55%, 0,05 ponto percentual acima do teto da meta da inflação para este ano. Vale lembrar que nesta terça-feira começa uma nova reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). A expectativa do mercado é que o Comitê decida elevar o juro básico em 0,25 ponto percentual, para 12,25% ao ano.

Também foi divulgado nesta manhã o resultado do mês passado do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Diferencial Interno), que registrou inflação de 0,01%. Segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas), essa taxa, 0,49 ponto percentual menor que a de abril, foi pressionada pelos preços ao consumidor e ao produtor.

Fonte: InfoMoney