Radar: comece o pregão sabendo as novidades do cenário corporativo


SÃO PAULO – As negociações desta segunda-feira (16) na BM&F Bovespa se iniciam com o foco dos investidores voltado à crise da dívida da Grécia, reforçadas pelo prisão de um dos principais articuladores da ajuda ao país, diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, durante o final de semana em Nova York, sob a acusação de tentativa de estupro.

A prisão de Strauss-Kahn ocorre após o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmar na sexta-feira que o plano de auxílio financeiro à Grécia não deve ser cumprido. No cenário interno, a BM&F Bovespa deverá registrar uma volatilidade acima do normal, uma vez que este pregão é dia de vencimento de opções sobre ações.
Já na agenda de indicadores, destaque para o relatório focus, que trouxe nova redução para o resultado anual do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), aos 6,31%. Já o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) e o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mensal) mostraram aumento de 0,04 ponto percentual e queda de 0,01 ponto percentual sobre as medições anteiores.
Petrobras
O evento mais aguardado da última sexta-feira (13) ocorreu logo após o encerramento do pregão. A Petrobras (PETR3, PETR4) anunciou seus números referentes ao primeiro trimestre de 2011 e mostrou um lucro líquido recorde de R$ 10,98 bilhões, valor 42,18% superior àquele do mesmo período de 2010 e 13,66% acima do esperado por analistas. Por outro lado, a receita de R$ 54,8 bilhões frustrou as projeções em 3,89%, enquanto o Ebitda (geração operacional de caixa) de R$ 16,09 bilhões veio em linha.
Ademais, a petrolífera suspendeu o anúncio de seu plano de investimentos para o período de 2011 a 2015, uma vez que o conselho de administração da empresa solicitou “estudos e análises adicionais”.
Light
No entanto, a Petrobras não foi a única a divulgar seus números. A Light (LIGT3), por sua vez, revelou que seus ganhos decresceram 26,0%, na mesma base de comparação, aos R$ 166,3 milhões. O valor foi pressionado pelo aumento nos custos de energia comprada, revelou a empresa. Do mesmo modo, o Ebitda se retraiu para R$ 435 milhões, enquanto a receita líquida refletiu o aumento no consumo e acumulou uma alta de 7,4%, a R$ 1,83 bilhão.
Cesp
O setor de energia elétrica também conta com outros dados. A Cesp (CESP6) mostrou uma evolução de 117,1% do lucro líquido, aos R$ 60,99 milhões, enquanto a receita líquida e o Ebitda ajustado avançaram 4,4% e 10,5%, respectivamente. A companhia também revelou o pagamento de R$ 25,0 milhões aos acionistas sob a forma de juros sobre capital próprio.
Cteep
A Cteep (TRPL4), por sua vez, apesar da alta de 35,7% da receita líquida e de 16,2% do Ebitda, observou uma queda de 0,5% em seu lucro líquido, com o aumento das despesas financeiras, operacionais e com pagamentos com imposto de renda e contribuição social.
Brasil Foods
Já a Brasil Foods (BRFS3) viu seu lucro líquido crescer a um ritmo quase 67% acima das projeções da Ágora Corretora, aos R$ 383,5 milhões. "Estamos crescendo no mercado interno e externo com eficiência, ganhando escala e lucratividade e implementando nosso plano estratégico de longo prazo - o BRF 15", disse o diretor-presidente da companhia, José Antonio do Prado Fay.
Marfrig
Nesta manhã, foi a vez da Marfrig (MRFG3) revelar seu desempenho, no qual reverteu o prejuízo de R$ 52 milhões registrado no primeiro trimestre de 2010 e lucrou R$ 25,2 milhões neste. Do mesmo modo, o Ebitda e a receita líquida avançaram 5,7% e 64,3%, respectivamente. O CEO e fundador da empresa, Marcos Molina, mostrou-se otimista com os números, que simbolizaram o melhor desempenho da empresa, em termos de receita, para um primeiro trimestre.
“Nossas receitas demonstram nossa habilidade de enfrentar condições adversas. Nossa estratégia agora é garantir que continuaremos a equilibrar os efeitos dos preços de grãos nos preços para clientes, controlar o capital de giro, melhorar o fluxo de caixa e continuar aumentando nossa oferta de produtos de alta qualidade e elaborados”, escreveu em comunicado.
Minerva
Ainda no setor alimentício, o Minerva (BEEF3) revelou na última sexta-feira que contratou o BTG Pactual como formador de mercado pelo período de 12 meses, que poderá se prorrogar por mais um ano caso não haja manifestação contrária de nenhuma parte. O objetivo da operação é o de aumentar a liquidez das ações ordinárias.
Restoque
Por outro lado, a Restoque (LLIS3) anunciou a aprovação por parte do conselho de administração do programa de recompra de até 10% de ações da empresa, com duração de um ano, para manter em tesouraria e, posteriormente, aliena-las.
BM&F Bovespa
Já os investidores da BM&F Bovespa (BVMF3) devem prestar atenção ao cenário internacional, uma vez que a concorrente Nasdaq retirou a proposta para aquisição da NYSE, em um processo que se desenrola desde o início do ano e indica para uma fusão da última com a Deutsche Boerse.
Energias do Brasil
Em meio a uma temporada de diversas ofertas de ações, a EDP Energias do Brasil (ENBR3) anunciou na última sexta-feira que pode trilhar o mesmo caminho ainda neste ano, após receber um comunicado de sua controladora Energias de Portugal, no qual afirma-se que o conselho de administração da empresa aprovou o início de uma emissão pública secundária de até 14% do capital social da EDP Energias do Brasil.
Fonte: InfoMoney