Radar: acompanhe algumas das principais oscilações na bolsa nesta segunda-feira

SÃO PAULO – Descolado dos mercados externos, que sobem nesta segunda-feira (2) diante da notícia da morte de Osama bin Laden, o Ibovespa apresenta queda no pregão(-0,52%), influenciado pela agenda desfavorável, que trouxe dados de aumento da expectativa para a inflação, o que deve levar a um aperto monetário maior por parte do governo.

O relatório Focus mostrou que as projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) tiveram alta pela oitava vez seguida nesta semana, na caminhada rumo ao teto da meta, ao passar de 6,34% na última semana para 6,37% nesta, enquanto o Governo propôs um teto de 6,50%. A FGV (Fundação Getulio Vargas), por sua vez, divulgou que a inflação medida pelo IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) acelerou-se na última semana, com alta de 0,15 ponto percentual frente à semana anterior, para 0,95%.

Ainda no Brasil, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,863 bilhão em abril, com exportações de US$ 20,173 bilhões e importações da ordem de US$ 18,310 bilhões, publicou o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Nos Estados Unidos, a segunda foi de divulgação dos gastos com construção civil – setor responsável por 5% do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano -, que subiram 1,4%, enquanto o mercado projetava estabilidade.

Vale

Em queda neste pregão, a Vale (VALE3, R$ 51,02, -1,49%; VALE5, R$ 45,49, -1,26%) reportou no sábado que deu início à produção de pelotas na primeira de suas duas unidades no complexo industrial no Sultanato de Omã, em Sohar, cujos investimentos atingiram a marca de US$ 1,35 bilhão. Cada unidade possui capacidade individual para adicionar 4,5 milhões de toneladas métricas por ano de pelotas de redução direta. Em 2010, a produção total da empresa foi de 48,9 milhões. Além disso, o projeto conta com um centro de distribuição, que possui a capacidade para movimentar 40 milhões de toneladas métricas por ano.

Petrobras

Outra blue chip na bolsa e com comportamento contrário, a Petrobras (PETR3, R$ 28,92, 0,10%; PETR4 R$ 25,77, 0,66%) deve chamar a atenção dos investidores por conta de diversos anúncios, sendo o primeiro deles, feito na sexta (29), sobre a aprovação do pagamento de R$ 2,6 bilhões em juros sobre capital próprio, o que equivale à R$ 0,20 por ação ordinária ou preferencial.

Na mesma noite, a estatal ainda relatou a revisão do Plansal (Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Polo Pré-sal da Bacia de Santos), com a projeção de investimentos totais na área até 2015 de US$ 73 bilhões, o que pode elevar a uma produção diária de petróleo em 613 mil barris – valor que supera o plano anterior em 108 mil.

Por fim, a Petrobras descobriu indícios de petróleo em mais um poço, conforme publicou a ANP (Agência Nacional de Petróleo) em seu site nesta segunda. Este é o sexto anúncio desde a semana passada.

Ações de consumo sobem

O pregão desta segunda também traz como destaque de alta ações relacionadas ao consumo no Brasil. O motivo aparente para isso foi a divulgação de resultados da semana passada, que trouxe uma boa percepção por parte dos investidores, o que é mantido neste pregão. Entre os destaques de alta, estão Redecard (RDCD3, R$ 23,12, 1,63%) Cielo (CIEL3, R$ 12,53, 3,38%) e Lojas Americanas (LAME4, R$ 14,14, 1%).

Magazine Luiza

Estreantes na bolsa, as ações da Magazine Luiza (MGLU3, R$ 16,51, 3,19%) começaram com valorização. A emissão e distribuição de ações rendeu à empresa uma captação de R$ 925,79 milhões, depois que os papéis foram precificados no piso das estimativas dos coordenadores, aos R$ 16,00, enquanto estes estipulavam que o valor poderia atingir até R$ 21,00. Com a oferta, a varejista exerceu integralmente a opção de lote suplementar, colocando no mercado 57.861.596 ações, sendo 38.587.146 na distribuição primária e as demais 19.274.450 na distribuição secundária.
Fibria

A Fibria (FIBR3, R$ 24,53, -0,69%) cai neste pregão, depois de anúncio de resultados do primeiro trimestre. Neles, mostrou-se que a venda de ativos reduziu a alavancagem da companhia. A relação dívida líquida/Ebitda (geração operacional de caixa) foi de 5,6 vezes nos três primeiros meses de 2010 para 2,9 vezes no mesmo período deste ano. Além disso, houve alta de 4.317% do lucro líquido na mesma base de comparação, enquanto o Ebitda ajustado decresceu 2%.
JBS

As ações da JBS (JBSS3, R$ 5,32, -0,93%) operam em queda depois que a Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico), do Ministério da Fazenda, anunciou nesta segunda que sugeriu a aprovação da associação entre a companhia e a Bertin S.A com restrições. Em seu parecer, a Seae considerou que as sobreposições geradas pela fusão podem favorecer exercício unilateral de poder de mercado pelas empresas nos estados de Minas Gerais e Goiás.
A JBS respondeu que "acredita que a referida fusão não fere a concorrência nos estados mencionados e continuará cooperando ativamente com as autoridades competentes para que a associação seja aprovada de forma integral”.

Positivo

No ramo de informática, a Positivo (POSI3, R$ 6,79, -1,45%) revelou alguns dados operacionais, com a venda de 390,4 mil computadores nos três primeiros meses deste ano, o que simboliza um recuo de 8,3% sobre o mesmo período do ano anterior. Assim, a receita líquida marcou uma queda de 20,6% no período, aos R$ 421,6 milhões.

O destaque fica por conta da queda das vendas para o Governo (-43,1%), já que as vendas de 2010 foram infladas por conta de um projeto junto ao Ministério da Educação, enquanto o segmento corporativo marcou um acréscimo de 64,2% de participação nas vendas.

BR Malls

A BR Malls (BRML3, R$ 16,88, 2,99%) tem desempenho positivo no pregão após revelar que seu lucro líquido avançou 36,1% na comparação do primeiro trimestre deste ano com o de 2010, para R$ 57,22 milhões. Do mesmo modo, o Ebitda (geração operacional de caixa) e a receita líquida cresceram 59,1% e 68,4%, respectivamente.

A companhia também divulgou a compra de 95% do Shopping Paralela, localizado em Salvador, em uma operação de R$ 237,5 milhões, sendo 40% do valor pago a vista. Deste modo, a empresa adicionará ao seu portfólio mais 39,8 mil metros quadrados de área bruta locável.
 
Fonte: InfoMoney