Cade assusta o mercado e ação da BR Foods cai 7% na bolsa
São Paulo – As ações da Brasil Foods (BRFS3) tombaram no pregão desta terça-feira (10) após a procuradoria-geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) divulgar um parecer que pode colocar em xeque a fusão entre a Sadia e a Perdigão, operação que originou a companhia.
"Não é a posição definitiva do Cade, mas representa um indicativo importante, já que costuma ser seguido pelos conselheiros”, explica o analista da Socopa Corretora, Osmar Cesar Camilo.Os papéis fecharam o dia com uma forte queda de 7,12%, a 29,58 reais. O volume financeiro totalizou 187,310 milhões de reais, com 9.188 negócios. Já o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, terminou a sessão com alta de 0,39%, aos 64.876 pontos.
O acordo entre ambas já foi aprovado com restrições (leia o documento) pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, que recomendou duas alternativas para as empresas na ocasião: a venda de um conjunto de marcas com preços mais baixos ou o licenciamento por cinco anos das marcas Sadia e Perdigão.
A visão do Cade
O órgão antitruste questiona (leia o documento), principalmente, a ideia da Seae de licenciamento temporário mínimo de cinco anos de uma das marcas Sadia ou Perdigão, acompanhado de alienação do conjunto de ativos produtivos correspondentes à participação de mercado detida pela marca objeto do licenciamento.
“Não parece perda de tempo e de dinheiro investir numa marca que, após 5 anos, seria devolvida a BRF?(...) Trata-se de uma solução que, justamente por ser temporária, não resguardaria a contento, para um médio e longo prazo, a livre concorrência”, mostra o parecer.
Outro lado
Em comunicado divulgado hoje, a Brasil Foods minimizou a intenção do Cade de impor restrições a união e disse estar confiante na aprovação da operação.
“O Parecer da procuradoria-geral do Cade não tem conteúdo decisório ou vinculante e trata-se apenas de mais um documento de auxílio ao julgamento da operação pelo Cade, que não está limitado aos seus termos”, afirma o comunicado assinado por José Antonio do Prado Fay, diretor presidente da Brasil Foods.
Além disso, segundo a empresa, a fusão não traz barreiras relevantes a entrada de novas concorrentes e que a “intensa rivalidade e a geração de substanciais sinergias e eficiências” serão repassadas ao consumidor final.
Fonte: Exame.com