Bom humor externo reduz valorização do dólar ante real
O dólar reduziu a alta frente ao real perto do fechamento desta segunda-feira (9/5), reagindo à fraqueza da moeda no exterior, em meio ao alívio nos mercados internacionais.
Enquanto o mercado de câmbio doméstico fechava, o volume de negócios na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa era pouco superior a US$ 1,2 bilhão, bem menos que a média diária das últimas semanas, perto de US$ 2 bilhões.
"Deu uma parada na alta depois que as bolsas nos Estados Unidos melhoraram", disse Ovídio Soares, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil.
O melhor humor dos agentes tinha suporte na recuperação das commodities, principalmente do petróleo, após o tombo nas últimas sessões.
O barril do óleo negociado em Nova York disparou mais de 5%, dando fôlego às bolsas de valores em Wall Street. Tal contexto favorecia a queda superior a 6% do índice de volatilidade da CBOE, termômetro da apreensão do mercado.
O maior apetite por risco colocava o dólar em território negativo frente a uma cesta de divisas. Antes, contudo, a moeda chegou a cravar firme alta, reflexo da queda do euro após a agência de classificação de risco S&P cortar a nota de crédito soberano de longo prazo da Grécia.
Para Marcos Trabbold, operador de câmbio da B&T Corretora, a perda de vigor do dólar também pode ser atribuída a ingressos por parte de exportadores, que aproveitaram a alta da moeda para internalizar recursos.
"Acho ainda que o BC (Banco Central) pode ter comprado pouco ou quase nada, frustrando alguns players, que daí 'desovaram' os dólares no mercado", acrescentou.
Por mais uma sessão, a autoridade monetária realizou dois leilões de compra de dólares no mercado à vista, definindo como corte as taxas de R$ 1,6242 e R$ 1,6188.
Após a redução do volume de entradas de moeda no país a partir de abril, a equipe de analistas de câmbio do banco francês BNP Paribas acredita que a taxa de câmbio deva se estabilizar em torno dos atuais níveis.
"Acreditamos que, com base no recente movimento das commodities e a redução do 'carry (trade)' devido ao aumento do cupom cambial, o dólar deve se estabilizar em torno de 1,620 real. Portanto, agora estamos neutros e compraríamos dólares na queda, eventualmente perto de R$ 1,57, R$ 1,58", escreveram em relatório.
Fonte: Brasil Econômico