Vale e Petrobras puxam correção da bolsa brasileira
Mesmo com a falta de definição em Wall Street, a bolsa brasileira mantém trajetória positiva nesta terça-feira (19/4), se recuperando da forte baixa (-1,90%) registrada na véspera.
No início desta tarde, o índice paulista apreciava 0,99%, aos 66.061 pontos. O giro financeiro rondava os R$ 2,858 bilhões.
O desempenho das blue chips dava força extra ao índice paulista. As ações preferenciais da Vale (VALE5) e da Petrobras (PETR4) avançavam 0,70% e 1,10%, respectivamente.
A estatal petrolífera iniciou ontem o Teste de Longa Duração (TLD) da área de Brava, no pré-sal da Bacia de Campos, localizada no Rio de Janeiro. O teste tem duração estimada de dois anos e produção diária de 6 mil barris de óleo por dia.
Ainda no âmbito corporativo, a Brasil Ecodiesel recebeu proposta da Vanguarda Participações para fusão dos negócios, que deve originar o maior grupo de agronegócio do Brasil, cujo valor seria da ordem de R$ 2,16 bilhões.
Com isso, as ações ordinárias da empresa (ECOD3) subiam 2,38%, cotadas a R$ 0,85.
Também domina a atenção dos agentes financeiros, o início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em que será decidido o rumo da taxa básica de juros (Selic), atualmente fixada em 11,75%.
A reunião ocorre sob forte desconfiança do mercado financeiro em relação à equipe econômica do governo Dilma. Há dúvidas sobre os efeitos das recentes medidas macroprudenciais implementadas no combate à inflação e equilíbrio do câmbio.
"Os dados de empregos divulgados hoje são mais um motivo para o Banco Central seguir com um ritmo mais forte de elevação [0,50 ponto percentual]", avaliou Brugger.
A taxa de desemprego ficou praticamente estável em março, atingindo 6,5%, ante 6,4% no mês anterior, conforme mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mercado esperava um cifra maior (6,7%).
Segundo o analista da Leme Investimentos, a autoridade monetária terá até junho, quando ocorre o próximo encontro do Copom, para avaliar os números de atividade e inflação.
"Acredito que o BC será prudente. Se elevar a Selic em 0,25 ponto, a bolsa pode sentir um pouco. O BC pode passar a impressão de descontrole inflacionário", disse Brugger.
Destaques
Entre as ações que compõem o índice, as ordinárias da OGX Petróleo (OGXP3) lideravam os ganhos, com alta de 4,98%, aos R$ 17,07.
Os papéis se recuperam da queda de 17,25% na véspera, provocada por uma estimativa abaixo do previsto sobre a capacidade da Bacia de Campos.
O relatório da consultoria independente D&M apontou que os chamados recursos contingentes - nomenclatura anterior à classificação de reserva comercial - são de 3 bilhões de barris, enquanto era previsto algo em torno de 4 bilhões.
Na outra ponta, a maior queda do dia era dos papéis ordinários da América Latina Logística (ALLL3), que depreciavam 1,84%, cotados a R$ 12,81.
A prévia de resultados da empresa para o primeiro trimestre deste ano mostrou que o volume transportado cresceu 4,1% frente a um antes. Até março, o volume somou 9,3 bilhões de tolenadas por quilômetro útil (TKU), sendo 8,59 bilhões de TKU da ALL Brasil e 748 milhões de TKU da ALL Argentina.
Câmbio
O dólar perdia 0,63% em relação ao real, cotado a R$ 1,5780 na compra e R$ 1,5800 na venda.
Cena externa
Ignorando dados econômicos favoráveis, as bolsas de Wall Street operavam sem definição nesta tarde, refletindo os resultados mistos trazidos pela temporada de balanços.
O Dow Jones avançava 0,17% para 12.222,06 pontos. O S&P 500 subia 0,11%, para 1.306,56 pontos. O Nasdaq perdia 0,16%, para 2.730,95 pontos.
Na ponta negativa, as ações da Harley-Davidson e do Bank of New York Mellon caíam 4,5% e 3,5%, nesta ordem, diante de resultados abaixo do previsto.
Já o número de casas em início de construção nos Estados Unidos subiu 7,2% em março, para 549 mil casas, quantidade maior que a esperada por analistas (520 mil).
No mesmo sentido, as autorizações para construção de novas casas avançaram 11,2%, para 594 mil, também acima das expectativas (540 mil permissões).
Fonte: Brasil Econômico
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