Ibovespa perde força no final, mas defende sexto dia no azul

5 de abril de 2011 - Mesmo com notícias pouco favoráveis, o tom positivo se sustentou na Bolsa de Valores de São Paulo pelo sexto dia consecutivo, ainda que tenha perdido um pouco da força na reta final. Com mínima de 69.464 pontos e máxima de 70.046 pontos, o Ibovespa fechou com alta de 0,19% para 69.837 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,03 bilhões. 

Para o operador da Um Investimentos, Paulo Hegg, apesar de vermos um mercado externo "indeciso", o desempenho das ações da Vale, OGX e de construtoras "segurou o índice por aqui". "O movimento de alta dos últimos dias mostra um retorno dos estrangeiros", comenta. 

Hegg avalia, no entanto, que a trajetória positiva não é "consistente", uma vez que o cenário mundial ainda é nebuloso.

Na cena externa, a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) esfriou o ritmo comprador em Wall Street e no mercado doméstico nas últimas horas de operações.

O documento indicou que a recuperação econômica dos EUA continua avançando num ritmo "moderado", ao mesmo tempo que destacou o impacto negativo da elevação dos preços das commodities nas expectativas de inflação, nos gastos dos consumidores e nos investimentos das empresas. 

A minuta mostrou ainda certa discordância entre os membros da autoridade monetária sobre as políticas de estímulo à economia - enquanto alguns acreditam que a estratégia de saída deve começar a ser executada ainda este ano, outros membros afirmam que as medidas de incentivo devem continuar se estender "para depois de 2011".

Na primeira etapa dos negócios, o aumento dos juros na China, o rebaixamento do rating de Portugal e o crescimento menor do que o previsto da atividade do setor de serviços dos EUA contribuíram para um movimento de realização por aqui. 

Na Ásia, o banco central chinês anunciou o aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de empréstimo e na de depósito de um ano, que passaram para 6,31% e 3,25% ao ano, respectivamente. Esta é segunda elevação neste ano e a quarta desde o início do ano passado. 

Em menos de um mês, a agência de classificação de risco Moody's promeveu novo rebaixamento na nota da dívida soberana portuguesa, que foi para "Baa1", em função das incertezas econômicas e políticas no país.

Na agenda americana, o índice ISM Manufacturing, referente à atividade não-manufatureira chegou a 57,3 em março contra 59,7 registrados no mês anterior, de acordo com informações do Institute For Supply Management (ISM). O mercado aguardava expansão para 59,8.

No mercado interno, a Vale concentrou as atenções, depois da escolha pelos acionistas controladores do executivo Murilo Pinto de Oliveira Ferreira para assumir o lugar de Roger Agnelli na presidência da mineradora.

Dentre as ações com maior peso na carteira teórica (que vigora de 3 de janeiro a 29 de abril) Vale PNA (VALE5) subiu 0,15% a R$ 48,31; Petrobras PN (PETR4) perdeu 0,80% a R$ 28,38; OGX ON (OGXP3) ganhou 1,71% a R$ 20,28; Itaú Unibanco PN (ITUB4) registrou leve alta de 0,08% a R$ 38,53; e BM&FBovespa ON (BVMF3) avançou 2,13% a R$ 12,45.

Entre as maiores altas do Ibovespa destaque para Gafisa (+4,75% a R$ 11,25); Brookfield ON (+2,95% a R$ 9,06); Vivo PN (+2,84% a R$ 63,25); MRV ON (+2,68% a R$ 13,80); e Brasil Telecom PN (+2,41% a R$ 15,70).

No sentido inverso ficaram Hypermarcas ON (-3,84% a R$ 21,06); Redecard ON (-1,80% a R$ 24,55); Petrobras ON (-1,43% a R4 32,33); Natura ON (-1,24% a R4 46,81); e Duratex ON (-1,19% a R4 17,45).

Fonte: Último Instante