Ibovespa fecha em queda pelo 3º dia seguido, com pressão de Petrobras e Vale


SÃO PAULO - Em um dia fortemente marcado pelo clima de aversão ao risco nos principais mercados internacionais, o Ibovespa encerrou a sessão desta terça-feira em queda de 1,86%, aos 66.896 pontos. O recuo do índice foi impulsionado pela desvalorização de importantes blue chips como a Petrobras (PETR3, PETR4) e a Vale (VALE3, VALE5). O giro financeiro do pregão ficou em R$ 6,76 bilhões.


Com o mercado na expectativa de um acordo de cessar-fogo na Líbia e com a recomendação do Goldman Sachs de que seus clientes se desfaçam das posições em contratos futuros de petróleo com vencimento em dezembro, dada a projeção de recuo dos preços, a cotação do barril do petróleo fechou esta terça-feira em baixa tanto em NY quanto em Londres. Assim, os papéis das principais petrolíferas do globo sofreram desvalorização no pregão. As ações ON da Petrobras se destacaram com a quinta maior baixa do Ibovespa neste dia.

Outra grande blue chip, a Vale (VALE3, VALE5), também recuou forte, perto dos 2%. As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

 Cód.AtivoCot R$% Dia% AnoVol1
 RSID3ROSSI RESID ON13,94-4,52-5,7553,29M
 LLXL3LLX LOG ON4,95-3,88+4,6510,16M
 BISA3BROOKFIELD ON8,78-3,62+1,5032,44M
 GGBR4GERDAU PN19,37-3,58-14,32302,76M
 PETR3PETROBRAS ON EJ29,92-3,55-1,57219,69M

Somente quatro ações do índice fecharam em alta:

 Cód.AtivoCot R$% Dia% AnoVol1
 CPFE3CPFL ENERGIA ON ED45,07+1,92+11,7831,09M
 LREN3LOJAS RENNER ON ED53,85+1,36-1,8844,13M
 TLPP4TELESP PN41,45+0,97+8,619,83M
 TCSL3TIM PART S/A ON EDS8,20+0,12+23,363,56M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 CódigoAtivoCot R$Var %Vol1Vol 30d1Neg 
 PETR4PETROBRAS PN EJ26,65-3,06898,17M512,74M30.035 
 VALE5VALE PNA46,43-1,90772,89M847,81M24.338 
 OGXP3OGX PETROLEO ON19,30-3,02381,99M268,46M16.908 
 GGBR4GERDAU PN19,37-3,58302,76M152,34M19.260 
 BBAS3BRASIL ON28,37-2,17240,59M145,65M13.071 
 ITUB4ITAUUNIBANCO PN ED37,18-0,51231,02M241,53M10.845 
 PETR3PETROBRAS ON EJ29,92-3,55219,69M140,29M9.697 
 USIM5USIMINAS PNA18,50-2,79176,62M118,34M10.458 
 BVMF3BMFBOVESPA ON11,73-1,51171,57M154,34M12.581 
 VALE3VALE ON52,00-2,02151,67M179,16M6.959 
* - Lote de mil ações
1 - Em reais (K - Mil | M - Milhão | B - Bilhão) 

Japão ainda pressiona

A crise nuclear no Japão voltou a pressionar os mercados nesta terça-feira. Além do país ter registrado novos tremores de terra nas últimas horas, a agência nuclear japonesa elevou o incidente na usina de Fukushima Daiichi para a severidade máxima na escala internacional, mesma atingida pelo desastre de Chernobyl, na antiga União Soviética.

De acordo com a Agência de Energia Nuclear Internacional, que ajudou a desenvolver a escala, o nível sete significa “vazamento de materiais radiativos com efeitos a saúde humana e ao meio-ambiente que requerem medidas extensivas”. Além disso, novos tremores de terra próximos a usina, que já lançou 10% da radiação emitida por Chernobyl, têm dificultado o trabalho de conter o vazamento.

Agenda

 Pela manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o resultado de fevereiro da sua Pesquisa Mensal do Comércio. Os dados mostram uma queda de 0,4% das vendas no varejo em relação ao resultado de janeiro, já com ajuste sazonal. Entretanto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve um aumento de 8,2% no volume de vendas.

Referências dos Estados Unidos

Na cena norte-americana, o déficit na balança comercial recuou no mês de fevereiro em relação a janeiro, mas ficou acima do teto estimado por analistas. Enquanto isso, os preços de produtos importados subiram 2,7% em março, contra 1,4% em fevereiro, por conta do aumento dos preços de alimentos e do petróleo, informou o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos. 

Além disso, o orçamento do governo norte-americano registrou déficit de US$ 188,153 bilhões em março, de acordo com comunicado do Tesouro dos Estados Unidos divulgado nesta terça-feira. Este é o trigésimo mês consecutivo de saldo negativo do Treasury Budget.

Presidenta Dilma fala de juros

Durante visita oficial à China, a presidente Dilma Rousseff afirmou que pretende derrubar juros ao longo de seu governo. Para ela, só assim o Brasil terá juros compatíveis com a média internacional. Ainda assim, a presidente se adianta: "Não vou derrubar depois de amanhã. Estou dizendo que é num horizonte de quatro anos”. 

Dólar

O dólar comercial voltou a subir nesta terça-feira. A moeda teve valorização de 0,76%, alcançando a cotação de R$ 1,593 na venda. A alta da divisa norte-americana veio em meio ao agravamento da crise nuclear japonesa, a divulgação de dados dos EUA e uma queda nas cotações do petróleo, eventos que trouxeram um dia negativo às bolsas.

Por aqui, o Banco Central voltou a intervir no mercado cambial, com dois leilões no mercado à vista. A primeira operação ocorreu entre às 12h07 (horário de Brasília) e às 12h12, contando com taxa de corte de R$ 1,586, levemente abaixo aos R$ 1,5892 aceitos no segundo leilão da data, que teve início às 15h53 e término às 15h58.

Fonte: InfoMoney