Emissões de empresas do Brasil podem atingir US$ 35 bi
São Paulo - As captações externas de empresas brasileiras podem chegar a US$ 35 bilhões em 2011 e igualar o recorde do ano passado, disse o HSBC Holdings Plc, líder em emissão de dívida desde 2009.
O crescimento econômico no Brasil tem levado as maiores empresas do País a buscar investidores no exterior e tem aberto o mercado para emissores de primeira viagem. Os juros próximos a zero nas economias desenvolvidas, o fraco mercado de capitais doméstico e a falta de crédito de longo prazo no País tem levado cada vez mais companhias a buscar financiamento no exterior, disse Alexei Remizov, chefe para Brasil das áreas de mercado de capitais e dívida no HSBC, em Nova York.As ofertas recorde da Petróleo Brasileiro SA e do Banco Votorantim SA impulsionaram as emissões para US$ 17,1 bilhões este ano, superando os US$ 14,3 bilhões registrados em igual período anterior, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“O mercado de títulos continuará a ser uma importante fonte de financiamento de longo prazo”, disse Remizov em entrevista por telefone. “Considero o novo ambiente de emissões como positivo e provavelmente teremos volume semelhante, se não maior, de captações neste ano em relação ao ano passado.”
Empresas brasileiras venderam US$ 36 bilhões em títulos no ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. A taxa média dos títulos corporativos denominados em dólar caiu 26 pontos-base, ou 0,26 ponto percentual neste ano, para 5,93 por cento, após cair 48 pontos-base em 2010, segundo índices do JPMorgan Chase & Co.
O HSBC superou o Citigroup Inc. como o líder em emissões de títulos brasileiros no exterior em 2009, segundo dados da Bloomberg que excluem transações próprias dos bancos.
‘Mainstream’
Em janeiro, a Petrobras emitiu R$ 6 bilhões em dívida, a maior captação brasileira no exterior. O Banco Votorantim, braço de serviços financeiros do Grupo Votorantim, vendeu US$ 1,3 bilhão em títulos neste ano. Esse montante inclui uma captação de US$ 750 milhões em títulos em fevereiro, que igualou a maior emissão anterior da companhia.
“Com crescimento econômico mais amplo, você terá mais emissores diferentes tentando acessar o mercado, e o apetite se ampliou para além dos principais nomes”, disse Remizov. “O Brasil está se transformando num ativo ‘mainstream’ para investidores de dívida.”
Fonte: Exame.com