Crise nuclear no Japão volta ao radar, derrubando mercados externos
SÃO PAULO - A elevação do nível de alerta dos problemas na usina de Fukushima para um patamar semelhante ao do acidente nuclear de Chernobyl acende sinal de alerta para os investidores nesta terça-feira (12), e os principais mercados de ações externos operam em baixa. Nos Estados Unidos, onde os contratos dos índices futuros de Wall Street recuam, pesa sobre o sentimento também o resultado pouco animador da Alcoa, divulgado na véspera.
Já no Reino Unido, o ritmo de aumento dos preços arrefeceu no mês passado, caindo de 4,4% ao ano em fevereiro para 4,0% ao ano em março. Por fim, em Portugal a inflação subiu para 4,0% ao ano em março, valor 0,5 ponto
percentual maior que o do mês anterior.
O INES (International Nuclear and Radiological Event Scale) elevou de 5 para 7 a pontuação da crise nuclear depois de analisar informações obtidas no dia 18 de março. “No entanto, a quantidade de material radioativo liberado é aproximadamente 10% do que o do acidente de Chernobyl, que foi avaliado no mesmo nível”, destacou o órgão.
Alerta no Japão
Com o agravamento da aversão ao risco principalmente no Japão, no índice Nikkei, principal da bolsa de Tóquio, apenas sete das 225 ações que o constituem registraram alta. Na China, o pregão também foi de baixa, com o foco voltado para as pressões inflacionárias. Destaque para a Hong Kong Monetary Authority, que emitiu uma circular aos bancos, na qual alertou que é necessário monitorar as instituições mais de perto, já que a concessão de crédito avança a um ritmo muito mais elevado do que o de depósitos.
Inflação avança na Alemanha
Na Europa, a questão nuclear também é a principal responsável pelo recuo dos índices, ao lado das ações das empresas do setor de petróleo e mineração, que respondem à queda dos preços das commodities. Além disso, a agenda do continente contou com a divulgação de dados sobre a inflação em algumas economias da Europa. Na Alemanha, a inflação ao consumidor ficou estável em março, com taxa anual de 2,1%, maior nível desde outubro de 2008.
Resultados e varejo
Nos Estados Unidos, investidores também ficam de olho na temporada de resultados do primeiro trimestre de 2011, que teve início na véspera com a Alcoa. A empresa reportou lucro, mas desapontou com margens e receitas abaixo da expectativa. Na agenda de indicadores do dia, destaque para a balança comercial, o índice de preços de importações e exportações e, mais tarde, o resultado fiscal do Tesouro referente a março.
No Brasil, a atenção volta-se para as vendas no varejo em fevereiro. A LCA consultores espera alta de 10,3% do volume de vendas no comércio restrito frente ao mesmo período de 2010, "o que corresponderia, feito o ajuste sazonal dos dados, a uma estabilidade em relação a janeiro".
Fonte:InfoMoney