Bovespa sobe 0,24%; ações da Vale concentram 30% das operações
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encosta nos 70 mil pontos, um patamar de preços não visto desde janeiro. O mercado brasileiro contraria os prognósticos de uma jornada de realização de lucros (vendas de ações caras para embolsar os ganhos), enquanto absorve o novo aperto monetário na China.
O destaque do dia são as ações da Vale. Somente a ação preferencial mais que o triplo dos negócios do segundo papel mais movimentado, a ação preferencial da Petrobras.
Ontem à noite, a Vale apontou o nome de Murilo Ferreira, um ex-executivo da companhia, para o ocupar o cargo de Roger Agnelli, surpreendendo o mercado, que esperava a confirmação de Tito Martins, atual diretor-executivo de Metais Básicos.
Ferreira, porém, contava com a simpatia da presidente Dilma Rousseff, a quem conheceu enquanto estava na Vale. O executivo trabalhou na empresa de 1977 a 2008 e teve contato com Dilma quando ela era ministra de Minas e Energia e ele presidia a então subsidiária Albras --produtora eletrointensiva de alumínio.
A ação preferencial da mineradora, com um forte volume financeiro de R$ 699 millhões (sozinha, abrange quase 30% do giro total da Bolsa), tem leve alta de 0,10%.
As ações ordinárias, que movimentam outros R$ 139 milhões, valorizam 0,31%.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociados, sobe 0,24%, aos 69.868 pontos. O giro financeiro é de R$ 2,84 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avança 0,12%.
O dólar comercial é cotado por R$ 1,610, em alta de 0,06%. A taxa de risco-país marca 166 pontos, número 1,77% abaixo da pontuação anterior.
CHINA E EUA
Entre as primeiras notícias do dia, o banco central chinês elevou as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual. Trata-se da quarta vez que a autoridade monetária promove esse aperto nos juros desde outubro 2010.
Pequim já demonstrou por diversas vezes o incômodo com alta dos preços, provocado pelo superaquecimento da economia e a alta internacional das commodities.
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou o "rating" soberano de Portugal, apontando as dificuldades políticas do governo para implementar seus "ambiciosos" objetivos de redução do deficit público. O primeiro-ministro José Sócrates renunciou por ter perdido no Parlamento a votação do pacote de ajuste fiscal para sair da crise,
Nos EUA, a sondagem da entidade privada ISM apontou que o setor de serviços teve expansão pelo 16º mês consecutivo em março, embora num ritmo mais lento na comparação com os seis meses passados. O índice desse instituto teve uma leitura de 57,3 pontos, pouco abaixo da leitura feita em fevereiro. Analistas do setor financeiro projetavam um número mais próximo de 59,9 pontos.
O índice é elaborado a partir de consultas com executivos de vários segmentos econômicos. Pela metodologia dessa pesquisa, um registro acima de 50 pontos indica que crescimento no nível de atividade do setor específico.
O mercado aguarda para as próximas horas a ata do Federal Reserve (o banco central americano), com uma avaliação detalhada sobre a economia dos EUA.
Fonte: Folha.com
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