Alta do compulsório chinês pesa sobre abertura da Bovespa na semana
SÃO PAULO - Ainda que a agenda econômica seja esvaziada de indicadores, o início da semana ganha um contorno negativo para o mercado acionário brasileiro, diante de notícias vindas da China.
Após a aceleração inflacionária mais forte que o esperado em março, o banco central daquele país decidiu elevar a alíquota do compulsório bancário em 0,5 ponto percentual. A medida, anunciada ontem, representou o quarto aumento na taxa neste ano.
Diante da decisão chinesa, que já se reflete em queda dos preços das commodities, tendo em vista a esperada desaceleração da economia do país asiático, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aponta para uma abertura de jornada em baixa. A sinalização parte do Ibovespa futuro que, há pouco, recuava 1,16%, aos 67.225 pontos.
Na sexta-feira passada, após uma sequência de cinco perdas consecutivas, o Ibovespa subiu 0,61%, aos 66.684 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 6,1 bilhões. Na semana, contudo, o índice declinou 3%. Em abril, a bolsa brasileira já recua 2,8% e, no ano, 3,8%.
No mercado americano, o índice Dow Jones aumentou 0,46% na sexta-feira passada, enquanto o Nasdaq avançou 0,16% e o SP 500 se apreciou em 0,39%. Na semana, o Dow Jones caiu 0,3%, o SP 500 recuou 0,6% e o Nasdaq cedeu 0,5%.
Destaque americano do dia, a Associação Nacional de Construtores de Casas (NAHB, na sigla em inglês) divulga hoje indicador de confiança do setor de construção do país. O balanço trimestral do Citigroup também está em jogo.
Na Europa, relatório da Icap Brasil ainda destaca que o dia reserva reunião entre membros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para definir um pacote de ajuda financeira de cerca de 80 bilhões de euros para Portugal.
Pela manhã, as principais bolsas europeias registravam queda, assim como os índices futuros de Wall Street.
Na Ásia, a maior parte das bolsas também iniciou a semana em baixa, reagindo ao aumento do compulsório chinês.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,74%, enquanto, em Tóquio, o Nikkei 225 teve queda de 0,36%. Em Seul, o índice Kospi ainda cedeu 0,13% e, em Taipé, o Taiwan Taiex caiu 0,04%. No sentido oposto, em Xangai, o Shanghai Composite avançou 0,22%.
Na cena corporativa nacional, os investidores devem voltar sua atenção à OGX Petróleo. Na sexta-feira passada, a certificadora DeGolyer MacNaughton divulgou relatório em que estimou em 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente (BOE) o volume de recursos da OGX. A estimativa anterior, de setembro de 2009, apontava para recursos de 6,7 bilhões de BOE.
A DeGolyer projeta que a companhia do grupo EBX tem recursos potenciais totais líquidos de 5,7 bilhões de BOE na bacia de Campos; 1,8 bilhão de BOE na bacia de Santos; 1,1 bilhão de BOE na Colômbia; 1 bilhão de BOE na bacia do Parnaíba; 800 milhões de BOE na bacia do Espírito Santo; e 400 milhões de BOE na bacia do Pará-Maranhão.
"Os resultados apresentados nos relatórios comprovaram uma importante e acelerada evolução na base de ativos da companhia e atestaram sua capacidade de crescer organicamente", disse a certificadora.
Fonte: (Beatriz Cutait | Valor)
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