Temor de inflação no mundo deixa Ibovespa futuro instável


A instabilidade política no mundo árabe volta a pressionar o preço do petróleo e ressurgem as preocupações de que o aumento dos gastos com energia resulte em inflação.

Nesta manhã, o contrato de petróleo com vencimento em abril subia US$ 0,06 em Londres, para a faixa de US$ 115,48 o barril. Na véspera, o barril ganhou US$ 3,62, fechando a US$ 115,42.

Na Bolsa de Nova York, a alta era de 0,28%, a US$ 99,91 o barril.
Diante disso, a bolsa brasileira deve iniciar o pregão deste quarta-feria (2/3) em leve baixa, seguindo o comporamento observado nas bolsas da Europa, enquanto os índices futuros de Wall Street marcam leve valorização.
Às 10h20 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro caía 0,04%, para 68.850 pontos. Na terça-feira (1/3), o índice paulista caiu 1,69%, aos 66.242 pontos.
No cenário doméstico, as apostas sobre a política monetária já foram lançadas. Entre os analistas, é consenso que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central eleve a Selic em 0,50 ponto percentual, atualmente fixada em 11,25% ao ano.
Além da preocupação de que as manifestações cheguem a mais localidades do Oriente Médio e Norte da África, os investidores monitoram nos Estados Unidos os dados de emprego e o Livro Bege - relatório sobre o desempenho atual da economia americana.
Os analistas estimam que o indicador ADP Employment, que mostra a geração de vagas no setor privado dos Estados Unidos, aponte a criação de 165 mil postos de trabalho em fevereiro. Em janeiro, foram criadas 187 mil vagas.
Nos mercados europeus, dados de inflação reforçam as preocupações com o impacto da alta do petróleo. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) na Zona do Euro avançou 1,5% em janeiro em comparação com o mês anterior. Em dezembro, a alta foi de 0,8%.
O FTSE-100, de Londres, recuava 0,46%, aos 5.908,61 pontos; o Dax, de Frankfurt, perdia 0,55%, aos 7.183,89 pontos; e o CAC-40, de Paris, caía 0,69%, aos 4.039,09 pontos.
Os mercados asíáticos tiveram um pregão de realização de lucros, com a maior aversão ao risco. Os principais índices de ações de Tóquio e Xangai depreciaram 2,43% e 0,18%, respectivamente. Em Hong Kong, a bolsa caiu 1,4%.
Câmbio
Nos primeiros negócios desta manhã, o dólar registrava queda de 0,12%, cotado a R$ 1,660 para compra e R$ 1,662 para venda.
Indicadores domésticos
Após recuar 0,8% em dezembro, a produção industrial voltou a avançar no mês de janeiro, expandindo 0,2% em relação ao mês anterior. 
Já a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostrou que inflação ao consumidor em São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), desacelerou para 0,60% em fevereiro, ante variação de 1,15% na medição de janeiro.
Com o movimento mais expressivo, o grupo Educação passou de uma alta de 5,61% em janeiro para 0,32% em fevereiro.
Empresas
No âmbito corporativo, continua a temporada de divulgação de balanços trimestrais. A Positivo Informática registrou queda de 74% no lucro líquido, a R$ 12,3 milhões no quarto trimestre de 2010, com os negócios impactados por preços menores.
Por sua vez, a ALL obteve lucro líquido de R$ 16,2 milhões no quarto trimestre do ano, revertendo o prejuízo de R$ 63,7 milhões no mesmo período de 2009, com melhor desempenho das commodities agrícolas.
Fonte: Brasil Economico