Bovespa deve fechar a semana com foco em PIB dos EUA e balanços
SÃO PAULO – O fechamento desta semana é novamente repleto de balanços corporativos relevantes no Brasil e no exterior. O foco dos investidores, contudo, deve estar voltado aos números de crescimento da economia americana no quarto trimestre de 2010, com a leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) do período.
Ontem, o Ibovespa teve desvalorização de 0,39%, aos 67.532 pontos. O giro financeiro foi mais fraco que o habitual e atingiu R$ 5,1 bilhões.
Já no mercado americano, as bolsas registraram nova alta. O índice Dow Jones avançou 0,70%, enquanto o Nasdaq subiu 1,41% e o S&P 500 ganhou 0,93%.
Nesta sexta-feira, ainda nos Estados Unidos, será divulgado o indicador de confiança do consumidor de março, calculado pela Universidade de Michigan.
Na Europa, Portugal volta ao centro das atenções. Diante de uma situação fiscal debilitada do país, líderes da União Europeia (UE) se reuniram ontem, mas ainda não definiram nenhum plano de socorro específico ao país.
De toda forma, foi aprovado um amplo pacote de medidas para apoiar o euro, incluindo a expansão de um fundo de socorro do bloco, o estabelecimento de um mecanismo de resgate permanente na zona do euro, uma nova rodada de testes de resistência no setor bancário e um novo plano de reforma, batizado de Pacto para o Euro, visando à melhoria da competitividade.
Países participantes de encontro da EU ressaltaram que as autoridades portuguesas devem cumprir os compromissos assumidos, independentemente do governo que será formado após a renúncia do premiê José Sócrates, de acordo com o jornal espanhol El País.
Duas agências de classificação de crédito - Fitch e S&P – rebaixaram ontem o rating soberano de Portugal. Além disso, o preço dos bônus de 10 anos subiu até 7,9%.
Já na Alemanha, o instituto de pesquisas Ifo revelou que a confiança do setor de negócios teve leve oscilação em março. O indicador que mede esse sentimento ficou em 111,1, após se situar em 111,3 no mês passado.
Na Ásia, as notícias do Japão ainda mostram uma situação de crise nuclear desafiadora. A agência de segurança nuclear do Japão admitiu nesta sexta-feira que é muito provável que o reator 3 da usina Fukushima 1 esteja danificado, o que estaria causando a liberação de altos níveis de radiação.
As principais bolsas da região registraram ganhos. Em Tóquio, o índice Nikkei 255 teve valorização de 1,07%. Já na China, o setor bancário foi o destaque da sessão, depois que o Banco da China apresentou resultados acima das expectativas do mercado. Os índices Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, e Shanghai Composite, da bolsa de Xangai, tiveram o mesmo desempenho, registrando alta de 1,06%.
No front corporativo, entre os principais balanços brasileiros que devem repercutir no dia, a Embraer apresentou lucro líquido de R$ 219,7 milhões no quarto trimestre de 2010, um avanço de 22,8% sobre os R$ 178,9 milhões apurados no mesmo trimestre de 2009. A receita líquida cresceu 17,9%, para R$ 3,341 bilhões.
Para 2011, a Embraer estima obter receita líquida de US$ 5,6 bilhões, sendo US$ 3,1 bilhões provenientes da aviação comercial, US$ 1,2 bilhão da aviação executiva, US$ 600 milhões da área de Defesa e Segurança e US$ 700 milhões de Serviços Aeronáuticos e Outros negócios. A empresa projeta ainda lucro operacional de US$ 420 milhões neste ano.
Já a Brasil Foods – empresa resultante da fusão entre Sadia e Perdigão –, estimulada por um cenário de vendas aquecidas no mercado doméstico e uma recuperação gradual das exportações, fechou 2010 com lucro de R$ 804 milhões, mais de três vezes acima do resultado do exercício anterior, de R$ 225 milhões.
A receita líquida da Brasil Foods cresceu 8% no ano passado, para R$ 22,681 bilhões, refletindo um aumento de 11% no mercado interno e 4% no mercado externo.
Os números são proforma, ou seja, consideram a combinação das duas empresas em todo o exercício de 2009, embora os resultados da Sadia só tenham sido incorporados ao balanço que segue a legislação societária a partir de julho daquele ano.
Fonte: Valor Econômico
