Em terceiro dia de queda, dólar fecha a R$ 1,67; Bovespa recua 0,98%

A taxa de câmbio doméstica contraiu pelo terceiro dia consecutivo, e pela oitava vez somente em janeiro, apesar das atuações até mais "agressivas" do Banco Central no mercado de moeda. 


A exemplo de ontem, o BC comprou dólares por duas vezes: por volta das 12h (hora de Brasília) e perto das 16h, aceitando ofertas por R$ 1,6702 no primeiro leilão, e por R$ 1,6731 no segundo. 

O dólar variou entre R$ 1,674 e R$ 1,668 ao longo dia, portanto, sem sair do campo negativo, para encerrar o expediente em R$ 1,673 --em um decréscimo de 0,29% sobre o fechamento de ontem. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi negociado por R$ 1,780 para compra e por R$ 1,610 para venda. 

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) cai 0,98%, aos 70.222 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,4 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem leve alta de 0,02%. 

Para profissionais das mesas de operações, sem a atuação do BC, o dólar poderia estar num preço ainda mais baixo. "Fica cada vez mais claro que essas últimas medidas tomadas pelo BC não tiveram muito efeito", diz Luiz Fernando Moreira, da corretora Dascam, citando o leilão de "swap" cambial reverso e a exigência para que os bancos reduzam o dinheiro aplicado em especulação cambial. 
 
É praticamente consensual entre os agentes financeiros de que o governo deve tomar novas iniciativas para influenciar na trajetória das taxas de câmbio. Entre as "apostas" do mercado financeiro, a exigência de que os bancos recolham ainda mais recursos proporcionalmente às operações financeiras que mantém para apostar na desvalorização do câmbio (as chamadas posições 'vendidas'). 

Entre os fatores que têm pressionado as taxas, analistas citam a perspectiva de um aperto monetário (aumento dos juros) no país, começando a partir de hoje, e se prolongando pelos meses seguintes. Com o aumento do diferencial entre os juros domésticos (muito altos) e os externos (muito baixos), torna-se cada vez mais atrativo para o investidor estrangeiro trazer capital para cá. 

O que as estatísticas do BC mostram é que o fluxo de recursos para o país continua alto no início deste ano. O saldo cambial (a diferença entre os dólares que entram e saem do país) está positivo em mais de US$ 5 bilhões na primeira quinzena do mês. No mesmo período de 2010, esse resultado também era positivo, mas em apenas US$ 95 milhões. 

JUROS FUTUROS
 
No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas previstas avançaram nos contratos de curto prazo. 

O Comitê de Política Monetária anuncia nas próximas horas a nova taxa básica de juros. As apostas do setor financeiro apontam para um ajuste dos atuais 10,75% para 11,25%, com mais acréscimos até o final do semestre, provavelmente superando a casa dos 12%. 

A FGV apontou uma inflação de 0,63% no início de janeiro, ante 0,75% em dezembro, no mesmo período, pela leitura do IGP-M, ainda na segunda estimativa preliminar. No acumulado dos últimos doze meses, a variação registrada foi de 11,33%. 

No contrato para julho de 2011, a taxa projetada subiu de 11,90% ao ano para 11,93%; para janeiro de 2012, a taxa prevista foi mantida em 12,42%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa projetada cedeu de 12,74% para 12,71%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes. 

Fonte: Folha.com

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