Analistas acreditam que acordo entre TAM e LAN deve ser concluído sem problemas
SÃO PAULO – TAM (TAMM4) e LAN anunciaram na última
quarta-feira (19) a formalização do acordo para combinação das atividades
das duas empresas. Como explica Rosângela Ribeiro, analista da SLW, a combinação
pretendida estará concluída após a realização de oferta pública, envolvendo as
ações
preferenciais e ordinárias da empresa brasileira em circulação, para
cancelamento do registro de empresa aberta da TAM.
Por meio desta OPA (Oferta Pública de Aquisição de Ações), os
acionistas da TAM receberão um número determinado de ações de uma empresa
holding, que em seguida será incorporada pela LAN . Em seguida os acionistas da
companhia aérea receberão ações da LAN em forma de BRDs (Brazilian Depositary
Receipts), sendo que a relação de troca inicialmente acordada - cada ação
da TAM corresponderá a 0,90 ação/BDR da LAN - foi mantida. A OPA só será válida
se tiver adesão de no mínimo 95% do capital total da TAM.
OPA não deve implicar riscos à operação
O analista Victor Mizusaki, do UBS, explica que já que a família Amaro, controladora da TAM, detém 49,7% do capital total da empresa, cerca de 90% do free float (ações em circulação no mercado) precisa aderir à oferta.
Apesar do percentual expressivo, Mizusaki não vê riscos neste ponto do
acordo, já que os acionistas minoritários da TAM somente embolsarão os ganhos
acumulados pelo papel desde o anúncio da associação com a LAN (em 13 de agosto
do ano passado), que ultrapassam 40%, se aderirem à OPA. Além disso, as cotações
atuais da ação apresentam desconto de 6% frente ao preço implícito na relação de
troca, que será de R$ 43,50.
Dado este desconto, o UBS expressa sua preferência pelos papéis da TAM, que
recebem recomendação de compra, aos da LAN. Na mesma linha, a analista da SLW
destaca a resposta positiva das ações da companhia aérea após o anúncio e
acredita que a tendência agora seja de convergência da cotação em bolsa ao valor
de troca estipulado para o fechamento de capital da TAM. Sua recomendação é de
manutenção dos papéis.
Rosângela explica que estes R$ 43,50 correspondem a 90% do valor do ADR da
LAN no dia do anúncio da operação, sendo que na mesma data era válida a
equivalência da cotação a 13,9 mil pesos chilenos na bolsa do Chile.
O analista do UBS lembra ainda que os acionistas da LAN possuem direito de
retirada, e que o andamento do acordo depende da condição de que a aderência a
este direito não ultrapasse 2,5% do total de ações. Novamente, não há
perspectiva de que esta questão seja um entrave na operação.
Questões regulatórias
Somente após a OPA a LAN passará a se chamar LATAM, passando a ter BDRs negociados na BM&F Bovespa, além das ações já listadas na bolsa do Chile e dos ADRs (American Depositary Receipts) na NYSE. Por fim, a empresa chilena terá sua denominação social alterada para LATAM Airlines Group (ou LAG), mas as marcas TAM e LAN Airlines serão mantidas.
Rosângela, da SLW, e Mizusaki, do UBS, lembram ainda que a associação de TAM
e LAN depende de aprovações regulatórias. Além de cumprir a legislação chilena,
a operação será submetida à aprovação da ANAC (Agência Nacional de Aviação
Civil) e dos órgãos que compõem o sistema brasileiro de defesa da
concorrência.
A estimativa da própria TAM é que todo o processo em torno da sua associação
com a LAN esteja concluído em 6 a 9 meses, "já que houve grande preocupação em
atender todas as questões regulatórias no Brasil", observa a analista da
SLW.
A SLW diz que as estimativas preliminares dão conta que no primeiro ano, as empresas juntas podem apresentar uma economia de US$ 400 milhões pela compra conjunta de suprimento e aeronaves. A cifra pode chegar a US$ 3 bilhões nos anos subsequentes com outras economias de escala.
Fonte: InfoMoney
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