Mantega comemora discussão sobre guerra cambial no G20
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou nesta segunda-feira o
fato de que os países do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo)
reconheceram, na reunião preparatória para o encontro de cúpula do
organismo internacional, nos dias 11 e 12 de novembro, em Seul, na
Coreia do Sul, a existência de mecanismos que ele apelidou como "guerra
cambial".
Segundo Mantega, foram vários os movimentos adotados pelos países para
impedir a valorização de suas moedas e favorecer as exportações. O
ministro afirmou que, com o reconhecimento, é mais fácil que o encontro
de cúpula do G20 possa trazer resoluções internacionais para o tema.
"Falei com o (secretário do Tesouro norte-americano) Timothy Geithner e
fiquei muito feliz ao ouvi-lo dizer que está comprometido com um dólar
forte e não vai permitir o enfraquecimento da moeda deles. Dessa forma,
ganha argumentos para cobrar os chineses, já que o yuan segue a variação
do dólar", afirmou Mantega.
O ministro lembrou ainda os encontros para a determinação de medidas de
combate à crise econômica mundial como um exemplo de que o
reconhecimento do problema é o primeiro passo para que as nações assumam
compromissos para resolução da situação. "Na época, os países assumiram
o compromisso de evitar medidas protecionistas", lembrou Mantega.
Ele atribuiu sua ausência no encontro preparatório do G20, ocorrido
entre sexta-feira passada e sábado, às novas medidas anunciadas na
última semana para o câmbio. E ele ressaltou que o governo no momento
está estudando o resultado das medidas para ver se mudanças adicionais
deverão ser tomadas.
"Não tenho prazer nenhum de adotar medidas, prefiro deixar o câmbio
flutuante e só adotar medidas quando necessário. Estou satisfeito com os
primeiros resultados a partir do IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras). As primeiras medidas ocorreram em outubro do ano passado.
Só tomaremos novas medidas se precisarmos, e podemos retroceder nas
medidas já definidas caso o real pare de se valorizar em excesso",
afirmou.
Ele disse que ainda tem um arsenal de medidas que podem ser adotadas em
caso de necessidade, mas evitou antecipar quais seriam. "Temos armas de
diversos calibres. E ainda não usei a medida de mais grosso calibre",
afirmou.
Mantega disse ainda que é importante acompanhar os movimentos dos outros
países em relação ao câmbio para definir quais serão as decisões a
serem adotadas para resolver a questão da guerra cambial no encontro do
G20, e por essa razão não pode antecipar nenhuma possível resolução a
ser adotada na reunião.
Fonte: Folha.com
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