Mantega admite que elevação do IOF para estrangeiro é medida "paliativa"
Diante da valorização do real frente ao dólar mesmo depois do aumento do
IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) anunciado
ontem pelo governo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta
terça-feira que a medida deve levar alguns dias para fazer efeito e
descartou novas ações do governo visando conter a valorização da moeda
brasileira.
Ele admitiu, entretanto, que o aumento do IOF é "paliativo" e, portanto,
não vai resolver o problema da valorização do real.
Para Mantega, a medida deve surtir efeito nos próximos dias. "Certamente
vai diminuir o fluxo de capital de curto prazo em aplicações
financeira", disse. "Há remédios que não fazem efeito no dia seguinte.
Você toma um antibiótico e às vezes tem que tomar uma semana para que
tenha efeito", comparou o ministro, depois de se reunir com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.
Às 14h48 desta terça-feira, o dólar estava cotado a R$ 1,675, queda de
1%.
O aumento da alíquota de IOF incidente em operações de estrangeiros no
mercado de renda fixa brasileiro foi anunciado nesta segunda-feira pelo
governo. A alíquota passou de 2% para 4% mas não se aplica ao capital
estrangeiro em Bolsa de Valores (que segue em 2%), aos investimentos de
brasileiros em renda fixa (não tributados com IOF) e aos investimentos
estrangeiros diretos.
Mantega defendeu que o problema seja discutido entre os países e que se
encontre uma solução em conjunto para a valorização das moedas que,
segundo ele, não é problema só do Brasil. Ele participa amanhã de uma
reunião com ministros da Fazenda de 24 países, em Washington, nos EUA.
"Estamos vendo que cada dia países tomam medidas para impedir que haja
valorização de suas moedas. Ninguém quer perder a guerra comercial.
Ninguém quer deixar de exportar ou ter a sua moeda valorizada
artificialmente. E acho que temos que discutir em conjunto para achar
uma saída em comum entre os países."
Fonte: Folha.com
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