Governo autoriza financiamento para empresas de energia de olho na Copa 2014

As companhias de energia dos Estados que irão receber partidas da Copa do Mundo de futebol de 2014 foram autorizadas a contratar financiamentos para empreendimentos de geração, transmissão e distribuição de eletricidade. 


O voto apresentado nesta quinta-feira no CMN (Conselho Monetário Nacional) prevê, além dos investimentos já incluídos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), também a inclusão de financiamento para projetos de distribuição e repotencialização da estrutura já instalada, que não estavam no escopo do PAC. 

Segundo Mário Augusto Gouvêa, assessor econômico do Tesouro Nacional, por serem públicas, as empresas tinham crédito contingenciado. Agora, com a determinação do CMN, foi autorizada a criação de uma linha com limite de R$ 350 milhões no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) específica para esses projetos. 

"Acreditamos ser importante para as empresas a linha de crédito no Brasil, para melhorar o perfil de endividamento das empresas", afirmou Gouvêa, ressaltando que as companhias já estavam liberadas a contratar crédito em instituições internacionais. 

Em outro voto, o CMN estabeleceu as condições para concessão de financiamentos subsidiados do BNDES determinados pela Medida Provisória 501. A MP estabelecia que o limite desses financiamentos subvencionados subiu de R$ 124 bilhões para R$ 134 bilhões e o prazo para a contratação de crédito foi ampliado de 31 de dezembro deste ano para 31 de março de 2011. 

A MP já estava em vigor, então o voto do CMN serviu apenas para estabelecer as condições desses financiamentos. Segundo informou Gouvêa, o impacto fiscal da subvenção do Tesouro aos empréstimos, por modelo de equalização de taxas de juros, será de R$ 29,5 bilhões até 2040 caso seja utilizado todo o limite de R$ 134 bilhões para financiamentos. 

BC
 
O Banco Central também apresentou três votos na reunião desta quinta-feira do CMN. No primeiro, determinou a extensão para as pequenas e médias empresas da obrigatoriedade de informação do Custo Efetivo Total das operações de crédito. Essa informação era cedida às pessoas físicas nas operações do gênero. 

Na prática, as instituições financeiras terão de disponibilizar também para as empresas desse porte as informações dos custos para esses empréstimos, o que permite às companhias comparar os valores para decidirem qual a melhor opção de crédito. Para que as instituições financeiras tenham tempo de adequação, a determinação entra em vigor apenas em maio de 2011. 

Em outro voto, foi aprovada a proposta que reconhece como de interesse do governo a compra da corretora de valores Convenção pelo grupo inglês Tullet Prebon, que passará a deter 100% do capital da corretora. Para que seja efetivamente autorizada a operação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá de permitir a operação via decreto. 

No último voto, o CMN determinou que as instituições financeiras terão de indicar um diretor responsável para processos de consulta a informações relativas às posições das empresas em derivativos. Na prática, os bancos que quiserem realizar consultas a informações de empresas que tenham interesse de operar no mercado de derivativos terão de definir um diretor responsável por essa consulta. 

Fonte: Folha.com

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