Ibovespa abre em queda, sob peso do Federal Reserve e indicadores na China
SÃO PAULO – A
soma de dados negativos da economia chinesa e expectativa pelos novos
passos a serem tomados pelo Federal Reserve leva o principal benchmark
da BM&F Bovespa a abrir em queda nesta terça-feira (10). Por volta
de 10h15, o Ibovespa recuava 1,12%, aos 67.099 pontos.
Na Europa os principais índices da Inglaterra, Alemanha e França
registravam queda de 0,76%, 1,33% e 1,14% respectivamente, enquanto no
mercado futuro nos EUA, o S&P 500, Dow Jones e o Nasdaq Composite
declinavam 0,94%, 0,82% e 0,98%, nesta ordem.
Dentre os papéis que são negociados nesta manhã, destaque para
Braskem PNA (BRKM5, R$ 13,20, -2,73%), TAM PN N2 (TAMM4, R$ 28,25, -2,52%), Cesp PNB (CESP6, R$ 25,14, -2,18%), LLX LOG ON (LLXL3, R$ 9,17, -1,82%) e B2W Varejo ON (BTOW3, R$ 28,90, -1,67%).
Análise técnica
Rodolfo Luiz Cavina, analista técnico da Gradual Corretora, avalia que o Ibovespa “somente seguirá subindo ao fechar acima da resistência por volta dos 68.750 pontos e deverá ganhar força na alta para voltar aos 69.800 e 72.000 pontos”.
Já na ponta vendedora, observa uma oportunidade atrativa de compra:
“na perda dos 67.577 o índice deverá ceder para os 66.217 e 65.900,
porém, fechando abaixo deste, abrirá espaço para uma queda mais forte
até os 63.421 pontos, região de compra.”
Perspectiva
“Até a divulgação do Fed que se dará somente às 15h15 (horário de Brasília), os mercados financeiros mundiais devem seguir cautelosos e sem grandes movimentações”, avalia a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares.
“Após o comunicado, se essas expectativas do mercado forem
confirmadas, o viés positivo deve predominar, com efeitos sobre os
mercados internacionais e locais”, aponta a analista. “No entanto, se o
Fed decepcionar, os mercados podem reagir mal.”
Vetores asiáticos
De Pequim vêm os principais vetores negativos desta manhã. Os preços de propriedades nas 70 maiores cidades chinesas avançaram 10,3% em julho, na base de comparação anual, o menor ritmo em seis meses.
Além dos dados imobiliários, a balança comercial do país também
deflagra receios na sessão. As importações chinesas avançaram 22,7% em
julho, um número abaixo das estimativas que apontavam para um
crescimento de 30% e também inferior aos 34,1% registrados em junho.
Especialistas interpretaram o arrefecimento das importações como um
possível sinal de enfraquecimento no crescimento do país.
Ainda em terras asiáticas, a política monetária japonesa também chama
a atenção nesta manhã. O BoJ (Bank of Japan) decidiu por unanimidade
manter a taxa básica de juros por volta de 0,1% ao ano. A autoridade
monetária reconheceu que o Japão enfrenta um "desafio crítico" em
relação à deflação e à retomada do crescimento sustentado.
EUA
Passando ao continente americano, o clima nesta sessão é de expectativa, uma vez que os investidores aguardam a reunião do Federal Reserve. Apesar de não se esperar qualquer alteração na sua taxa de juro de referência, acentuou-se a especulação de que venha a ser anunciado um novo pacote de estímulos à economia norte-americana.
Além da expectativa, de lá também vem um indicador ruim à maior
economia do globo: a produtividade no mercado de trabalho
norte-americano, excluindo o setor agropecuário, recuou 0,9% no segundo
trimestre, contrariando expectativas de alta de 0,1%. Por fim, será divulgado durante a manhã o
Wholesale Inventories, com informações sobre as vendas e os estoques do
setor atacadista norte-americano
Agenda doméstica
Por aqui, os investidores repercutem os dados da Pesquisa Industrial de Emprego e Salário. De acordo com dado do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o emprego industrial avançou 0,5% na passagem de maio para junho. Na base anual, o emprego no setor avançou 4,9%, “quinta taxa positiva consecutiva e a mais elevada desde o início da série histórica”.
Além disso, a agenda doméstica contou com o IPC-Fipe (Índice de
Preços ao Consumidor) da primeira quadrissemana de agosto, que apontou
inflação de 0,20%, taxa 0,03 ponto percentual superior à vista na
mediação anterior. Os dados foram publicados pela Fipe
(FundaçãoInstituto de Pesquisas Econômicas).
Na esfera corporativa, os investidores repercutirão os números
divulgados pelo Bic
Banco, GOL,
ALL
Logística e Itaúsa,
dentre outros a serem reportados nesta sessão.
Fechamento anterior
O principal índice da bolsa paulista fechou o pregão de segunda-feira em leve baixa de 0,34%, atingindo 67.862 pontos e registrando uma baixa acumulada no ano de 1,06%. O volume financeiro foi de R$ 4,08 bilhões.
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