Ibovespa abre em queda, com temores sobre Europa e cena corporativa doméstica
SÃO PAULO -
Acompanhando o comportamento dos índices futuros de Wall Street e do
mercado acionário europeu, o Ibovespa inicia o pregão desta terça-feira
(24) em queda de 0,33%, aos 65.766 pontos.
Na Europa, os principais índices da Inglaterra, Alemanha e França
recuam 1,62%, 1,43% e 1,69%, respectivamente, enquanto no mercado futuro
nos EUA, a tendência é a mesma: o S&P 500, Dow Jones e o Nasdaq
Composite mostram quedas respectivas de 1,14%, 1,09% e 1,31%.
Dentre os papéis que são negociados nesta manhã, destaque para Gafisa
ON (GFSA3,
R$ 11,60, -5,07%), MRV ON (MRVE3, R$
14,60, -3,25%), Embraer ON (EMBR3, R$
10,62, -2,03%), PDG Realty ON (PDGR3, R$
18,25, -1,99%) e Vivo Part PN (VIVO4, R$
43,00, -1,94%).
Análise técnica
Régis Sarmiento Chinchila, analista técnico da Gradual Corretora, observa que o Ibovespa “segue em movimento de baixa e deve testar hoje o suporte importante dado pela média móvel de 50 dias em 65.730 pontos, caso perca este apoio a queda deverá se acentuar tendo como objetivo o próximo suporte em 63.670 pontos”.
Já na outra ponta, observa que “para voltar a mostrar força
compradora, terá que romper a resistência em 67.789 pontos e
principalmente o patamar em 68.498 pontos (último topo formado).”
Perspectiva
“Se os números e eventos econômicos externos do dia fizer com que os investidores globais melhorem os ânimos e as duas notícias relativas às blue chips brasileiras forem confirmadas, o Ibovespa pode voltar a operar mais perto dos 67 mil pontos”, prevê Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora.
Projeções pessimistas ofuscam indicadores europeus
Por ora, declarações sobre a economia europeia trazem alta dose de aversão ao risco nos mercados. O ganhador do prêmio Nobel Joseph Stiglitz afirmou que a região enfrenta um risco de voltar à recessão (o famoso double-dip) enquanto os governos tomam medidas para reduzir os déficits orçamentários.
Do mesmo modo, Martin Weale, novo membro do BoE (Bank of England),
afirmou que o Reino Unido corre o risco de retornar à recessão, sendo
que as projeções de crescimento do banco central para este ano e o
próximo podem estar muito otimistas. Vale lembrar que o governo
britânico divulga a revisão do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo
trimestre na próxima sexta-feira.
Os pronunciamentos ofuscam os principais vetores positivos, também
vindos do Velho Continente: as novas encomendas da indústria na Zona do
Euro cresceram 2,5% em junho, comparado ao mês anterior, segundo
relatório divulgado pela Eurostat, agência de estatística da Comissão
Européia. O resultado foi melhor do que o esperado por analistas. A
Alemanha também confirmou o crescimento de 2,2% do PIB no segundo
trimestre sobre o anterior.
EUA: setor imobiliário à prova
Cruzando o Atlântico, as expectativas desta sessão recaem sobre os números a serem postados em Washington, com a publicação do Existing Home Sales. Em meio à expectativa de que o indicador mostre uma queda no volume anualizado de vendas de imóveis usados – passando de 5,37 milhões em junho para 4,72 milhões em julho – o mercado já reage mal desde cedo.
Front doméstico
Por aqui, o destaque fica com a Nota de Política Monetária do Banco Central referente a julho. O documento traz estimativas sobre a base monetária, os empréstimos de bancos privados e o total de empréstimos no mercado financeiro.
Deixando a agenda econômica de lado, os olhares do mercado seguem
atentos às movimentações em torno da capitalização da Petrobras (PETR3, PETR4).
Desta
vez, os rumores dão conta de que o governo pode contratar uma nova
consultoria sobre o preço do barril da cessão onerosa, caso os valores
apontados pelas instituições contratadas pela empresa e pela ANP
(Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) sejam
muito discrepantes.
Enquanto isso, a Vale (VALE5, VALE3)
foi incluída na lista dos devedores da União pelo DNPM (Departamento
Nacional de Produção Mineral), após discordância em relação
ao pagamento de royalties sobre operações no Pará ter chegado à Justiça.
Fechamento anterior
O principal índice da bolsa paulista fechou o pregão de segunda-feira em baixa de 1,04%, atingindo 65.981 pontos e registrando uma baixa acumulada no ano de 3,80%. O volume financeiro foi de R$ 4,11 bilhões.

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