Ibovespa aprofunda perdas pela tarde, no embalo das bolsas internacionais

SÃO PAULO – Entre bons resultados trimestrais reportados por companhias de peso e indicadores que resgatam incertezas sobre a recuperação econômica europeia e norte-americana, os mercados não resistiram a movimento de correção e operam no campo negativo durante a tarde desta terça-feira (23). Por aqui, o Ibovespa recua mais de 2%, com apenas quatro ações do índice conseguindo se descolar e avançar na sessão.

Na pauta econômica norte-americana, a confiança do consumidor caiu na passagem de janeiro para fevereiro, de 56,5 pontos (resultado revisado) para 46,0 pontos. O recuo levou o indicador ao seu menor patamar dos últimos dez meses, além de ter vindo aquém do esperado pelos analistas. Atravessando o Atlântico, os sinais emitidos pela economia europeia também dão um tom pessimista aos negócios, como primeira queda após onze altas mensais consecutivas na confiança do empresariado alemão. Já na França, a inflação e o baixo nível de consumo são os fatores de maior preocupação.

No front doméstico, a inflação também ficou em pauta com o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15), que apontou alta nos preços de 0,94% em fevereiro, 0,42 ponto percentual superior à registrada em janeiro. Ainda por aqui, as vendas do setor varejista brasileiro subiram 5,9% em 2009 frente a 2008, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Vale mencionar ainda que os IEDs (Investimentos Estrangeiros Diretos) que ingressaram no País nos primeiros 23 dias de fevereiro totalizaram US$ 2,2 bilhões, ficando US$ 500 milhões abaixo das expectativas do chefe de Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. No acumulado em 2010, a entrada chega a US$ 789 milhões.

Bolsa
 
Na contramão do benchmark, as Lojas Renner lideram as poucas altas na sessão, estendo os ganhos da véspera. Na noite passada, a companhia divulgou forte desempenho referente ao último trimestre do ano passado, com aumento de 53,4% no lucro líquido no período, além de margem Ebitda e bruta que vieram muito acima das expectativas. Em teleconferência, executivos da empresa atribuíram o forte resultado a queda nos custos e apresentaram novidades para 2010 – como abertura de uma loja na Avenida Paulista (em São Paulo) e o lançamento de lojas compactas.

Contudo, as referências negativas prevalecem.Entre as maiores perdas, destaque para os papéis da TIM. Segundo a agência de notícias Bloomberg, uma reportagem apontou que a tentativa da espanhola Telefónica em adquirir a Telecom Italia - controladora da Tim - não chegou a um final feliz.O cenário para as ações também é composto pela apreensão dos investidores em relação ao resultado trimestral da companhia, que será divulgado ainda nesta terça-feira, após o fechamento do mercado.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou os ratings de crédito corporativo da Eletropaulo em escala global de “BB-” para “BB+”. Já em escala nacional, o rating da companhia foi elevado de “brA+” para “brAA”. A perspectiva para ambas as notas é estável. As ações da empresa recuam, mas em intensidade menor que o índice.

A Gafisa anunciou que foi aprovado pelos seus acionistas o desdobramento de suas ações ordinárias na proporção de um para dois. Os ADRs (American Depositary Receipts) da companhia serão ajustados na mesma proporção. Seus ativos operam em queda.

A disputa travada pela portuguesa Cimpor segue dando o que falar. Segundo informações divulgadas pela mídia portuguesa na noite passada, a cimenteira teria dispensado a oferta de vender 33% do capital para a CSN. A decisão oficial será revelada ao mercado ainda nesta sessão. Enquanto isso, as ações da siderúrgica brasileira operam em baixa.

Fora do índice, mais novidades sobre a Telebrás, agora impactando negativamente as ações. Segundo matéria da Folha de S. Paulo, o Star Overseas Ventures - grupo que deve ser o principal beneficiado com a possível revitalização da Telebrás - pagou uma quantia de ao menos R$ 620 mil ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

Dólar
 
Com a sessão de baixa nos mercados acionários, a moeda norte-americana ganha força e avança 0,72%, cotada a R$ 1,825 na venda.

Fonte: InfoMoney

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