"Tenho investimentos no Brasil, mas estou pensando em sair", diz Krugman
O economista Paul Krugman, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2008, afirmou, nesta quarta-feira (2), que o Brasil se saiu bem diante da crise mundial, mas ressaltou que ainda são necessários muitos ajustes para que o país continue a crescer. "O Brasil está indo bem, mas não quer dizer que vá se tornar uma superpotência no ano que vem", disse a jornalistas antes da palestra de encerramento da ExpoManagement, que ocorreu no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Krugman afirmou que ele mesmo tem "algum investimento" no país. "Mas estou pensando em sair porque o mundo está gostando demais do Brasil."
Para Krugman, o Brasil apresentava desta vez condições muito melhores do que em crises anteriores. Ele enumerou fatores como dívida externa menor, inflação sob controle e bancos em boa situação. "Isso permitiu ao Brasil, pela primeira vez, gerar políticas anticíclicas de estímulos fiscais e de redução de juros, em vez de subir as taxas, como fazia antes." De acordo com o economista, as medidas brasileiras puderam ser bastante semelhantes às aplicadas por países desenvolvidos, como Suécia e Inglaterra, em crises como essa. "É uma história feliz que, na minha vida profissional, nunca tinha visto acontecer no Brasil", disse.
Entretanto, Krugman afirmou que a taxação da entrada de capital estrangeiro no país, por meio do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com alíquota de 2%, não foi suficiente para resolver a questão do câmbio. Segundo ele, deve haver outras medidas para que a valorização da moeda brasileira não prejudique a economia nacional. O economista disse que problema semelhante ocorreu em outros lugares, como o México e a Ásia. "O fluxo de capitais em excesso não é novo, sempre há uma 'bola da vez', que ninguém quer ser." O volume excessivo de capital estrangeiro tende a afetar as exportações, afirmou Krugman, consequentemente, as contas externas, com um impacto negativo na economia. A baixa taxa de juros nos Estados Unidos (entre 0% e 0,25%) e a previsão de que a taxa brasileira continue acima dos 8% devem continuar a atrair capitais internacionais para o Brasil.
Em relação aos Estados Unidos, o economista disse que está "relativamente decepcionado" com o presidente Barack Obama. "Obama está perdendo pontos com os americanos", afirmou Krugman, que criticou também o fato de nenhum republicano ter votado nos planos de estímulo da economia americana."Não esperava que o programa tivesse uma oposição tão aguerrida." Na análise de Krugman, um pacote para apoiar o país em crise deveria contar com cerca de US$ 1,3 trilhões, em vez dos US$ 700 bilhões, que incluíram muitas desonerações fiscais e menos injeção de capital. A taxa americana de desemprego nos 10% – "e talvez chegue a 11% ou 12%" – deve afetar a economia mundial, prevê o economista. Em outubro, pela primeira vez desde 1983, o número de pessoas sem trabalho nos Estados Unidos rompeu a barreira dos 10%, chegando a 10,2%. Apesar de dizer que não gosta de dar previsões, Krugman
Fonte: Revista Época
Para Krugman, o Brasil apresentava desta vez condições muito melhores do que em crises anteriores. Ele enumerou fatores como dívida externa menor, inflação sob controle e bancos em boa situação. "Isso permitiu ao Brasil, pela primeira vez, gerar políticas anticíclicas de estímulos fiscais e de redução de juros, em vez de subir as taxas, como fazia antes." De acordo com o economista, as medidas brasileiras puderam ser bastante semelhantes às aplicadas por países desenvolvidos, como Suécia e Inglaterra, em crises como essa. "É uma história feliz que, na minha vida profissional, nunca tinha visto acontecer no Brasil", disse.
Entretanto, Krugman afirmou que a taxação da entrada de capital estrangeiro no país, por meio do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com alíquota de 2%, não foi suficiente para resolver a questão do câmbio. Segundo ele, deve haver outras medidas para que a valorização da moeda brasileira não prejudique a economia nacional. O economista disse que problema semelhante ocorreu em outros lugares, como o México e a Ásia. "O fluxo de capitais em excesso não é novo, sempre há uma 'bola da vez', que ninguém quer ser." O volume excessivo de capital estrangeiro tende a afetar as exportações, afirmou Krugman, consequentemente, as contas externas, com um impacto negativo na economia. A baixa taxa de juros nos Estados Unidos (entre 0% e 0,25%) e a previsão de que a taxa brasileira continue acima dos 8% devem continuar a atrair capitais internacionais para o Brasil.
Em relação aos Estados Unidos, o economista disse que está "relativamente decepcionado" com o presidente Barack Obama. "Obama está perdendo pontos com os americanos", afirmou Krugman, que criticou também o fato de nenhum republicano ter votado nos planos de estímulo da economia americana."Não esperava que o programa tivesse uma oposição tão aguerrida." Na análise de Krugman, um pacote para apoiar o país em crise deveria contar com cerca de US$ 1,3 trilhões, em vez dos US$ 700 bilhões, que incluíram muitas desonerações fiscais e menos injeção de capital. A taxa americana de desemprego nos 10% – "e talvez chegue a 11% ou 12%" – deve afetar a economia mundial, prevê o economista. Em outubro, pela primeira vez desde 1983, o número de pessoas sem trabalho nos Estados Unidos rompeu a barreira dos 10%, chegando a 10,2%. Apesar de dizer que não gosta de dar previsões, Krugman
Fonte: Revista Época
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário